
09.08.2019
O conceito de desempregado assenta no grau de ligação dos indivíduos não empregados ao mercado de trabalho, baseando-se num critério de procura ativa. Assim, um individuo com idade entre os 15 e os 74 anos é considerado desempregado quando não está empregado mas efetua diligências ativas para um encontrar um trabalho e encontra-se disponível para começar a trabalhar no prazo máximo de duas semanas. No entanto, alguns indivíduos classificados como inativos podem ter um grau de ligação ao mercado de trabalho próximo do dos desempregados oficialmente registados.
Entre estes indivíduos destacam-se os designados por “marginalmente ativos”, que se caraterizam por expressarem o desejo de trabalhar embora não procurem ativamente ou não estejam imediatamente disponíveis. Este grupo inclui os chamados “desencorajados”, que embora estando disponíveis não procuram ativamente trabalho. Em média, aproximadamente 12% dos indivíduos marginalmente ativos transitam para o emprego em cada trimestre. Esta taxa de transição é inferior à dos desempregados de curta duração (27,5%), mas é mais próxima da dos desempregados de longa duração (17,1%) e claramente superior à dos outros inativos (4,6%). Os fluxos para o emprego com origem na inatividade são substanciais e superam em valor absoluto os fluxos para o emprego com origem no desemprego.
Para mais detalhes ver Martins and Seward (2019): “Into the heterogeneities in the Portuguese labour market: an empirical assessment”, Banco de Portugal Working Paper, No. 8/2019.
Preparado por Fernando Martins e Domingos Seward. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.
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