
02.08.2019
A dispersão na evolução do crédito bancário na área do euro aumentou substancialmente na última década, em grande parte devido à crise soberana e às ligações estreitas entre soberano e sistema bancário. Dado que se implementaram medidas para mitigar estas relações e num cenário em que o crédito bancário tem vindo a recuperar, estará a dispersão no crescimento do crédito mais relacionada com fatores de país ou com características dos bancos, como o rácio de capital regulatório? À partida, espera-se que bancos com um rácio de capital mais elevado tenham maior capacidade de absorver choques sem afetar os seus ativos, em particular a sua atividade de concessão de crédito. No entanto, estudos empíricos sugerem que o nível de capital per se não aparenta ser um determinante relevante na concessão de crédito.
O gráfico apresenta a taxa de crescimento dos empréstimos bancários às sociedades não financeiras na área do euro e as taxas de variação anual medianas de dois grupos de bancos, conforme se situem abaixo ou acima do rácio de capital Common Equity Tier 1 mediano para a amostra considerada. Observa-se que, para o período em análise, não parece existir um comportamento significativamente diferente neste tipo de empréstimos de acordo com esta medida de robustez do banco. Assim, a análise sugere que continua a existir uma forte ligação entre as medidas de vulnerabilidade dos bancos e os fatores de país e que tal relação continua a ser relevante para a perceber a evolução do crédito bancário.
Para mais detalhes, ver Carla Soares, “Mercado de crédito da área do euro: quem contribuiu para a recuperação recente?”, publicado na Revista de Estudos Económicos do Banco de Portugal, vol. V, n.º 3.
Preparado por Carla Soares. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.
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