Soc. Geral Agrícola e Fin. de Portugal (1873-1897)
Data de criação: 1873/09/10
Data de extinção: 1895/12/31
Origem: Por escritura pública celebrada em 10 de setembro de 1873 constitui-se a Sociedade Geral Agrícola e Financeira de Portugal, sociedade anónima de responsabilidade limitada, com sede em Lisboa e com duração ilimitada. Formada com o concurso de capitais nacionais e estrangeiros (franceses sobretudo), com um capital de 10.800 contos de réis, os fins a que se propunha eram, segundo os seus estatutos publicados no Diário do Governo de 22 de setembro, os seguintes:
"1.ºAdquirir, explorar [...], terrenos cultos ou incultos e as terras acrescidas dos rios ou tiradas às marés;
2.º Emprestar dinheiro sobre hipoteca, penhor ou obrigação pessoal devidamente abonada para qualquer empresa agrícola ou benefício das explorações rurais;
3.º Executar todas as operações de crédito agrícola;
4.º Promover e ajudar […], por meio de empréstimo de dinheiro, ou contratos de empreitada e de qualquer natureza, feitos com o Estado, Distritos, Municípios e mais administrações públicas, com sociedades, companhias e particulares, as obras e empresas dedicadas ao enxugo de terras paludosas e à fixação dos móveis e de toda a sorte de melhoramentos agrícolas; ao regime e aproveitamento das águas, ao melhoramento dos portos, estabelecimento e exploração de docas, à edificação para habitação das classes operárias e todas as mais que tenham por fim o aformoseamento e utilidade das cidades e de outras quaisquer povoações; à construção de estradas de todas as classes e às de caminhos de viação acelerada de todos os sistemas; à exploração do seu tráfego, e em geral todas as obras de interesse público geral ou local, ou de conveniência particular;
5.º Adquirir, abrir e trespassar, por venda ou arrendamento, minas de qualquer espécie;
6.º Contratar e negociar empréstimos públicos do Estado, Distritos e Municípios […];
7.º Negociar ou fazer descontos e empréstimos sobre quaisquer valores de carteira e de comércio, títulos de dívida pública e ações de bancos ou companhias acreditadas, fazer todas as operações de banco de desconto, de depósito e de circulação nos termos permitidos pelas leis […];
8.º Fazer seguros agrícolas, de vida, de pensões e anuidades vitalícias ou temporárias e outros contratos aleatórios de risco e de seguro".
A Sociedade era administrada por um Conselho de Administração composto por catorze membros, nove residentes em Lisboa e cinco em Paris. Estes formavam o Conselho Sucursal de Paris ou Comité de Paris, a cujo presidente, o Barão Maximiliano Koenigswarter, se ficou a dever a associação dos capitais estrangeiros.
Em 1881, com a morte do Barão Koenigswarter, desaparece o Comité de Paris e a Sociedade entra em acordo com os acionistas estrangeiros, tendo-se transferido por endosso à Sociedade todas as ações na posse daqueles, num total de 6.350 ações. Destas, a Sociedade cedeu a quarta parte a um sindicato de capitalistas nacionais, formado para o efeito. Como consequência, a Assembleia Geral de 30 de janeiro de 1884 aprova novos estatutos, sendo o capital reduzido para 3.024 contos de réis.
A Sociedade perde assim a sua projeção além-fronteiras e passa a ser constituída por capitais exclusivamente nacionais.
Com a crise económica de 1890, a Sociedade inicia o seu declínio e em 1895 entra em liquidação oficial. A partir de 1897 a liquidação passa a ser efetuada pelo Banco de Portugal, razão pela qual a documentação proveniente da Sociedade se encontra no Banco. Ela reflete inteiramente a vida da Sociedade, abrangendo não só o período de funcionamento da Instituição mas também o da sua liquidação.
Informação relacionada sobretudo com a sua liquidação poderá ser também encontrada na documentação do Banco de Portugal.
Datas da documentação: 1873 - 1897
Núm. Itens: 116
Dimensão: 4,3 ml
Instrumentos de descrição: Arquivo da Sociedade Geral Agrícola e Financeira de Portugal. 1985 (Col. Inventários, 8)
Acessibilidade: Sem restrições de consulta
Toda a documentação está microfilmada, digitalizada e disponível no catálogo online.