
A descida recente da inflação é menos notória para as famílias de menor rendimento
27.01.2023
A inflação medida pelo índice de preços no consumidor (IPC) aumentou significativamente ao longo de 2022, atingindo um máximo em outubro (10,1%) e reduzindo-se para 9,6% em dezembro. O IPC é uma medida abrangente da variação dos preços dos bens e serviços habitualmente consumidos pelas famílias, baseando-se na estrutura média de despesa da população. No entanto, a subida da inflação pode ter um impacto desigual, refletindo a evolução diferenciada dos preços dos diversos bens e serviços e o seu peso no cabaz de consumo de cada agregado familiar.
As estimativas de inflação para as famílias de diferentes quintis de rendimento – obtidas utilizando a estrutura de despesa de cada grupo – encontravam-se bastante próximas até outubro de 2022. Em novembro e dezembro, contrastando com a descida da taxa de variação homóloga do IPC, a inflação estimada para os quintis de menor rendimento manteve-se em valores elevados. Tal reflete o maior peso dos bens alimentares e dos custos com habitação (incluindo energia) no cabaz de consumo das famílias destes quintis e a manutenção de variações mais acentuadas dos preços deste tipo de bens. A inflação estimada para as famílias do quintil de rendimento mais baixo situou-se em 10,4% em dezembro, enquanto para as do quintil de rendimento mais elevado foi de 9%.
Para mais detalhes consultar Caixa 6 “Estimativas de inflação por nível de rendimento e escalão etário” do Boletim Económico do Banco de Portugal de outubro de 2022.
Preparado por Carlos Melo Gouveia e Cristina Manteu. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.
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