A Network of Central Banks and Supervisors for Greening the Financial System (NGFS) divulgou uma atualização dos seus cenários climáticos, que aprofunda, alarga e enriquece a versão anterior. Trata-se da terceira iteração deste exercício, lançado em abril de 2019 e considerado um dos principais produtos da NGFS.
Em causa estão seis cenários hipotéticos, que procuram captar de forma rigorosa e detalhada a complexidade dos fenómenos climáticos e dos seus impactos económicos. Pretende-se que funcionem como uma referência comum para enquadrar a análise dos riscos físicos e de transição associados às alterações climáticas.
A ferramenta está disponível no site da NGFS e foi já incorporada por 31 membros da NGFS nos seus exercícios internos. Tem sido também usada por entidades públicas e privadas para diversos fins, incluindo a definição de políticas públicas, a calibragem de planos de transição energética e o desenvolvimento de metodologias para a gestão do risco climático.
Esta atualização dos cenários apresenta as seguintes novidades principais:
- Incorpora a evolução recente dos dados climáticos e económicos, dos compromissos assumidos pelos decisores políticos e dos modelos utilizados;
- Introduz uma formalização mais completa e rigorosa dos riscos físicos, captando melhor o impacto dos eventos crónicos e passando agora a considerar também o impacto dos eventos extremos;
- Melhora a granularidade setorial dos cenários, incorporando uma maior diferenciação do impacto previsível associado aos riscos climáticos de transição em diferentes setores.
Sobre a NGFS
A NGFS é uma rede global de bancos centrais e autoridades de supervisão, criada em dezembro de 2017 para promover a gestão dos riscos ambientais no setor financeiro, em especial os riscos associados às alterações climáticas, e para apoiar a transição para uma economia mais sustentável, através da expansão do financiamento “verde". A rede conta atualmente com 116 membros e 19 observadores, de países que representam os cinco continentes e cerca de 85% das emissões globais de gases com efeito de estufa e que são responsáveis pela supervisão da totalidade dos bancos e de cerca de 80% das seguradoras com importância sistémica.
O Banco de Portugal aderiu à NGFS em 2018, afirmando assim o seu compromisso em contribuir, no âmbito do seu mandato, para o esforço global de promoção dos objetivos ambientais e, em particular, de resposta às alterações climáticas.
A abordagem do Banco de Portugal à sustentabilidade está desenvolvida aqui.