Economia numa imagem

O aumento da taxa de atividade é um dos factos assinaláveis da evolução do mercado de trabalho em Portugal nos últimos anos. Depois da queda verificada em 2020, a taxa de atividade recuperou na segunda metade de 2021, em linha com a evolução da atividade económica. O aumento da taxa de atividade reflete o habitual comportamento pro-cíclico desta variável, num cenário de recuperação da atividade económica. No entanto, há a assinalar igualmente efeitos de natureza estrutural, com destaque para o aumento da participação feminina no mercado de trabalho e o peso crescente de escolaridades mais elevadas às quais estão associados maiores custos de oportunidade de inatividade.

Para o aumento da taxa de atividade tem contribuído o maior peso na população dos indivíduos com maior escolaridade (efeito escolarização), que têm tipicamente taxas de atividade mais altas. Este contributo é notório na população feminina. Em 2021, a percentagem de mulheres com ensino superior na população ativa situava-se em 20,6% (11,3% em 2011), um valor que compara com 13,3% no caso dos homens (7,8% em 2011). Por seu turno, o efeito que resulta da alteração da taxa de atividade por escolaridade (efeito intra nível de escolaridade) é negativo, sendo a redução da taxa de atividade significativa nos indivíduos com ensino básico ou inferior (de 38,8% em 2011 para 30,7% em 2021).

Para mais detalhes consultar a Caixa 4 “A evolução recente da taxa de atividade em Portugal: decomposição por género, escolaridade e efeito demográfico“, do Boletim Económico do Banco de Portugal de maio de 2022.

Preparado por Fernando Martins, Ana Catarina Pimenta e Domingos Seward. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.

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