Economia numa imagem

A avaliação da eficiência de custo do setor bancário português, entre 2012 e 2019, com base na estimação de uma fronteira de custo, mostra que existe espaço para ganhos de eficiência, à semelhança do que é observado no sistema bancário europeu. Considerando o período temporal acima referido, a estimação de uma função custo permite concluir que os bancos portugueses poderiam ter mantido a respetiva produção incorrendo em apenas 84% dos custos observados.

A produtividade total dos fatores dos bancos portugueses aumentou 4,9%, entre 2012 e 2019, registando variações positivas relevantes nos primeiros anos. Contudo, observou-se um abrandamento ao longo do período, apresentando valores negativos nos últimos dois anos. O progresso tecnológico apresentou-se como o principal fator responsável pelo crescimento da produtividade total dos fatores, particularmente no início do período de análise, com um contributo médio anual de 0,3 p.p., entre 2012 e 2019. O contributo dos retornos à escala também foi positivo para a variação da produtividade total dos fatores, em 2013 e 2014. Este resultado deve-se à existência de deseconomias de escala nesses anos conjugadas com a forte desalavancagem registada após a crise de dívida soberana.  A contribuição média anual de alterações na eficiência-custo para a variação da produtividade total dos fatores foi igualmente de 0,2 p.p. 

Para mais detalhes ver Ribeiro, Nuno e Inês Tavares (2021), “Uma reavaliação da eficiência e produtividade dos bancos portugueses”, Revista de Estudos Económicos, Banco de Portugal, Vol. VII, Nº4, outubro.

Preparado por Nuno Ribeiro e Inês Tavares. As opiniões expressas neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com as do Banco de Portugal ou do Eurosistema.

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