
A adoção de políticas económicas ambientais ótimas permitirá manter o aumento da temperatura global abaixo de 2 °C
05.11.2021
Entre os problemas económicos com maior relevância ambiental estão o subinvestimento na adoção de tecnologia no setor de renováveis e o excesso de produção de energia no setor de combustíveis fósseis. Estas ineficiências podem ser corrigidas com políticas económicas adequadas, que aumentem a produção de energia renovável e reduzam a produção de energia fóssil. A eficácia destas políticas pode ser estudada através de um modelo quantitativo incorporando elementos ambientais. Consideram-se quatro cenários. No primeiro, designado por status quo, não há alteração das políticas atuais. Os outros três consistem (i) na imposição de um imposto sobre emissões de carbono sem uma política de adoção ótima de tecnologia no setor renovável; (ii) na implementação da política de adoção ótima de tecnologia no setor renovável sem imposição do imposto sobre emissões de carbono; e (iii) na implementação simultânea de ambas as políticas. O gráfico mostra as trajetórias para o aumento da temperatura global em cada um dos quatro cenários.
No status quo, a temperatura global aumenta significativamente, atingindo cerca de 2,8 °C acima do nível pré-industrial em 2120. Em contraste, quando o imposto sobre emissões de carbono e a adoção da tecnologia são definidos no seu nível ótimo, a temperatura global atinge cerca de 2 °C acima do nível pré-industrial. Nesse caso, a economia passa a utilizar exclusivamente energia renovável em 2070, e mais combustível fóssil é deixado sem uso relativamente aos outros cenários. Finalmente, verifica-se que o imposto sobre as emissões de carbono é mais eficaz na mitigação do aumento da temperatura do que a política que promove a adoção ótima de tecnologia.
Para mais detalhes ver Tema em destaque “Alterações climáticas e economia”, publicado no Boletim Económico de outubro de 2021.
Preparado por Bernardino Adão, António Antunes, Nuno Lourenço e João Valle e Azevedo. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.
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