
As medidas orçamentais contiveram os efeitos do choque pandémico sobre as famílias e as empresas
11.06.2021
Em 2020, o rendimento disponível bruto da economia portuguesa reduziu-se 4,3% em termos nominais. As administrações públicas absorveram 85% desta perda (3,7 pp), tendo o contributo das medidas de apoio ao rendimento das famílias e empresas ascendido a 1,8 pp.
As medidas de apoio orçamental limitaram o impacto do choque sobre as famílias e as empresas. Estas foram maioritariamente dirigidas às empresas e compensaram parcialmente as perdas de atividade deste setor institucional. Ainda assim, o rendimento disponível bruto das empresas diminuiu 11,4%, explicando 1,3 pp da perda total da economia. O contributo das medidas discricionárias foi de 1,6 pp, destacando-se o impacto do layoff simplificado, do incentivo extraordinário à normalização e da suspensão dos pagamentos por conta do IRC. Em contraste, o rendimento disponível dos particulares aumentou 1,0%, contribuindo em 0,7 pp para a variação do rendimento disponível bruto do total da economia. Para tal contribuíram os impactos diretos das medidas de apoio às famílias e indiretos dos apoios às empresas para salvaguarda do emprego e salários. Os apoios diretos, que incluem apenas as transferências realizadas diretamente do Estado na sequência de alterações legislativas, equivaleram a 0,4% do rendimento nacional.
Para mais detalhes consultar a Caixa 5 “Perda de rendimento nacional: repartição por setor institucional“, do Boletim Económico do Banco de Portugal de maio de 2021.
Preparado por Ana Correia, Lara Wemans e Cristina Manteu. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade das autoras e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.
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