A Central Banks and Supervisors' Network for Greening the Financial System (NGFS) divulgou hoje o relatório “Adapting central bank operations to a hotter world – Reviewing some options”, que apresenta opções para adaptar as operações de política monetária às alterações climáticas. Esta publicação surge na sequência dos relatórios “Climate Change and Monetary Policy: Initial Takeaways” (ótica conceptual) e “Survey on monetary policy operations and climate change: Key lessons for further analysis” (ótica operacional), divulgados, respetivamente, em junho e em dezembro 2020.
O documento agora publicado não faz recomendações, mas analisa nove opções concretas, correspondentes a possíveis adaptações aos principais instrumentos operacionais da política monetária – operações de crédito, política relativa aos ativos de garantia e compras de ativos –, destinadas a proteger o balanço dos bancos centrais dos riscos financeiros decorrentes das alterações climáticas e a apoiar a transição para uma economia de baixo carbono. O relatório propõe ainda quatro princípios para guiar a avaliação das diferentes opções: consequências para a eficácia da política monetária; contributo para mitigar as alterações climáticas; eficácia como medida de proteção de risco; e viabilidade de implementação.
A NGFS é uma rede global de bancos centrais e autoridades de supervisão, criada em dezembro de 2017 para promover a gestão dos riscos ambientais no setor financeiro, em especial os riscos associados às alterações climáticas, e para apoiar a transição para uma economia mais sustentável, através da expansão do "financiamento verde". A rede conta atualmente com 87 membros e 13 observadores, de países que representam os cinco continentes e cerca de 75% das emissões globais de gases com efeito de estufa, supervisionando a totalidade dos bancos com importância sistémica e cerca de dois terços das seguradoras com este mesmo estatuto.
O Banco de Portugal aderiu à NGFS em dezembro de 2018, afirmando assim o seu compromisso em contribuir, no âmbito do seu mandato, para o esforço global de promoção dos objetivos ambientais e, em particular, de resposta às alterações climáticas. O Banco contribuiu para o documento hoje divulgado, à semelhança do que tem sucedido relativamente aos outros documentos técnicos que a rede vem produzindo.