O Banco de Portugal publica hoje, no quadro A.6 do Boletim Estatístico e no BPstat, as contas nacionais financeiras relativas ao terceiro trimestre de 2020 e à informação relativa às interligações entre setores.
O Banco de Portugal publica hoje, no quadro A.6 do Boletim Estatístico e no BPstat, as contas nacionais financeiras relativas ao terceiro trimestre de 2020 e à informação relativa às interligações entre setores.
A economia portuguesa apresentou, no ano acabado no terceiro trimestre de 2020, uma necessidade de financiamento de 0,1 por cento do PIB (Gráfico 1).
Este resultado reflete a necessidade de financiamento das administrações públicas e das sociedades não financeiras (4,0 e 2,3 por cento do PIB, respetivamente), a qual excedeu a capacidade de financiamento dos particulares e das sociedades financeiras (respetivamente de 4,3 e 2,0 por cento do PIB).
Em comparação com os fluxos apurados para o ano acabado no terceiro trimestre de 2019, é de referir o incremento na capacidade de financiamento dos particulares (2,8 pp) e das sociedades não financeiras (0,5 pp) e a redução nos setores das administrações públicas (-3,8 pp) e das sociedades financeiras (-0,2 pp).
Figura 1 ● Fluxo de fundos
Valores para o ano acabado no trimestre em % do PIB
A informação relativa às interligações entre setores das contas nacionais financeiras permite aferir as relações de financiamento intersetoriais da economia e desta com o exterior e a construção do fluxo de fundos. No ano acabado no terceiro trimestre de 2020 destacam-se as seguintes relações financeiras entre os vários setores da economia e o exterior (Figura 1):
- Os particulares e as sociedades não financeiras financiaram sobretudo as sociedades financeiras (em 4,0 e 1,2 por cento do PIB), as quais, por sua vez, financiaram as administrações públicas e o resto do mundo (em 4,0 e 3,3 por cento do PIB, respetivamente).
- O resto do mundo financiou principalmente as sociedades não financeiras (em 2,8 por cento do PIB).
Em comparação com o período homólogo, destacam-se as alterações mais significativas nos fluxos de financiamento intersectorial:
- O financiamento líquido das sociedades financeiras às administrações públicas aumentou (+2,7 pp), o que contribuiu para fazer face à necessidade de financiamento das administrações públicas já referida.
- As sociedades não financeiras apresentaram alterações no sentido dos fluxos de financiamento líquido: passaram a ser financiadas pelos particulares e aumentaram o seu financiamento às sociedades financeiras.
No que respeita às posições em fim de período, os particulares evidenciaram um aumento dos ativos financeiros líquidos de 8,7 pp do PIB face ao trimestre homólogo, ao contrário das administrações públicas e das sociedades não financeiras que registaram uma diminuição dos ativos financeiros líquidos (-5,7 pp e -3,8 pp do que no terceiro trimestre de 2019). Estas evoluções refletem as transações e outras variações de volume e preço no período em análise, assim como o efeito da redução do PIB.
No final do terceiro trimestre de 2020, a economia portuguesa apresentava uma posição financeira líquida face ao resto do mundo de -101,9 por cento do PIB (Gráfico 2), que compara com -101,3 por cento do PIB no final do trimestre homólogo de 2019.
Próxima atualização: 8 abr. 2021
(1) Valores em percentagem do PIB do ano acabado no trimestre.
(2) Valores acumulados dos quatro últimos trimestres.
(3) Posições em fim de período.