Até junho de 2020, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em -1985 milhões de euros, o que compara com -1662 milhões de euros em igual período de 2019 (Gráfico 1). Em junho, o saldo da balança corrente e de capital foi de 507 milhões de euros (54 milhões em junho de 2019).
O saldo verificado até junho resulta dos défices das balanças de bens e de rendimento primário, que foram apenas parcialmente compensados pelos excedentes das balanças de serviços, de rendimento secundário e de capital (Gráfico 2).
No primeiro semestre de 2020, o défice da balança de bens diminuiu 1623 milhões de euros face ao período homólogo, enquanto o excedente da balança de serviços decresceu 3555 milhões de euros. Esta redução foi maioritariamente justificada pelo decréscimo acentuado do saldo da rubrica de viagens e turismo, de 3027 milhões de euros. Nos primeiros seis meses do ano, as exportações de bens e serviços decresceram 22,8% (16,5% nos bens e 34,8% nos serviços) e as importações diminuíram 18,1% (17,3% nos bens e 22% nos serviços).
Em junho, as exportações e as importações de bens e serviços registaram decréscimos face ao mês homólogo de 2019 (de 25,9% e 23,4% respetivamente), destacando-se a redução do saldo das viagens e turismo em 967 milhões de euros, em resultado de um decréscimo de 78,7% nos créditos e de 57,4% nos débitos (Gráfico 3).
No primeiro semestre de 2020, o défice da balança de rendimento primário reduziu-se 1268 milhões de euros relativamente ao período homólogo, para -1848 milhões de euros. A diminuição do défice foi, em grande medida, justificada pela redução do pagamento de rendimentos de investimento a entidades não residentes. O excedente da balança de rendimento secundário decresceu 96 milhões de euros, o que ficou a dever-se a um aumento do pagamento de transferências correntes ao exterior, por comparação com o período homólogo. Por seu turno, o saldo da balança de capital cresceu 439 milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior, em resultado sobretudo de um aumento dos recebimentos de fundos comunitários.
Até junho, o saldo da balança financeira registou uma diminuição dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior no valor de 2476 milhões de euros (Gráfico 4). Este decréscimo resultou principalmente do aumento de passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema, da redução de ativos das sociedades não financeiras em empréstimos concedidos intra-grupo e em créditos comerciais concedidos, e do investimento de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa. Em oposição, verificou-se um aumento de ativos dos bancos e das sociedades de seguros sobre entidades não residentes, nomeadamente em títulos de dívida emitidos por países pertencentes à união monetária.
Próxima atualização: 17 set. 2020