
As maiores reduções no pessoal efetivamente a trabalhar devido ao COVID-19 estão associadas ao layoff simplificado
17.04.2020
O Instituto Nacional de Estatística e o Banco de Portugal lançaram, no início de abril, o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas, que pretende avaliar o impacto da pandemia COVID-19 sobre as empresas em Portugal. Os resultados do inquérito para a semana de 6 a 10 de abril mostram que uma percentagem significativa das empresas reportou uma redução do pessoal efetivamente a trabalhar, das quais 30% referiu uma redução superior a 75%. Esta evolução mais negativa aparece associada ao recurso ao layoff simplificado. Em contraste, as empresas que reportaram reduções menos acentuadas do pessoal a trabalhar referem como motivo principal as faltas no âmbito do estado de emergência, por doença ou apoio à família. Note-se que uma percentagem muito reduzida de empresas refere como explicação principal o despedimento de pessoal com contratos por tempo indeterminado ou a não renovação de contratos a prazo.
A crise pandémica tem-se traduzido numa quebra substancial do volume de negócios das empresas portuguesas, que tentam preservar a situação de liquidez contendo os custos, incluido os relacionados com o pessoal. Neste contexto, a medida de layoff simplificado mitiga os riscos de encerramento de empresas e despedimento, permitindo uma partilha de custos entre trabalhadores, empresas e segurança social.
Para mais detalhes consultar o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas – COVID-19, semana de 6 a 10 de abril de 2020, disponível nos sites do Banco de Portugal e do INE.
Preparado por Ana Sequeira e Cristina Manteu. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade das autoras e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.
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