Os modelos macroeconómicos oferecem uma perspetiva útil para melhorar a racionalização de questões económicas e para ajudar a interpretar o comportamento dos agentes, embora sejam uma representação imperfeita da realidade. Este artigo apresenta uma descrição genérica da versão atual do modeloM, um modelo macroeconómico trimestral para a economia portuguesa, que tem sido desenvolvido no Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal desde o início dos anos 2000. Este modelo semi-estrutural resulta de um compromisso entre os fundamentos teóricos, ancorados na chamada síntese neoclássica, e uma abordagem mais flexível para se ajustar melhor aos dados. Este tipo de modelos continua a ser uma ferramenta comum e útil, devido à sua abordagem pragmática perante as mudanças na realidade económica. A rede complexa de relações económicas é representada através de ligações entre os vários blocos do modelo, que incluem variáveis da procura, oferta, salários, preços, emprego, variáveis financeiras e de finanças públicas. O modelo M é utilizado para diferentes fins e faz parte do instrumental subjacente aos exercícios de projeção e à análise de cenários. Uma ilustração das suas propriedades dinâmicas no curto e no médio prazo é apresentada através da simulação de cinco choques: procura externa, consumo público, taxa de câmbio, preço do petróleo e taxa de juro.