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Fricções financeiras e propagação de choques: uma aplicação ao caso português

Ano de Divulgação 
2014
Resumo 
Neste artigo utiliza-se o modelo PESSOA para avaliar os impactos macroeconómicos de dois dos choques que condicionaram de forma decisiva a economia portuguesa no passado recente: a queda da procura externa e o aumento do prémio de risco da dívida soberana. O modelo PESSOA é um modelo de equilíbrio geral, calibrado para incorporar as principais características da economia portuguesa. A recessão associada ao choque de procura externa é ampliada pela prevalência de fricções financeiras, nomeadamente devido à queda do investimento, o que não acontece no choque de prémio de risco. As fricções financeiras aumentam a persistência dos efeitos recessivos, principalmente no choque de procura externa, na medida em que os detentores do capital assistem a uma redução persistente dos seus fundos próprios, o que faz aumentar o grau de alavancagem, os níveis de risco associados aos projetos de investimento e os custos do financiamento externo. Os resultados mostram igualmente que a recessão determina uma diminuição das receitas fiscais em ambos os choques, pelo que a política orçamental tem de assumir um teor restritivo de forma a assegurar a estabilidade da dívida pública no médio e longo prazo.
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