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Choques pandémicos

Ano de Divulgação 
2022
Resumo 
Este artigo introduz três choques pandémicos num modelo de equilíbrio geral—com impactos na procura determinada pelas famílias nacionais, na procura determinada por agentes externos e na oferta global—e concebe uma estratégia de estimação com dados para Portugal. Para o efeito, utiliza um filtro de Kalman em dois períodos amostrais distintos, em que os choques têm variância nula até 2019:4 e são estimados a partir dessa data. Os choques pandémicos têm um impacto contemporâneo no produto 6 a 16 vezes maiores do que os equivalentes não pandémicos, e explicam cerca de 90% da variância do erro de previsão, até 1 ano, para o Produto Interno Bruto. O primeiro período de confinamento é essencialmente marcado por perturbações do lado da oferta (a qual também afeta o lado da procura devido aos impactos sobre o rendimento esperado das famílias), i.e. uma incapacidade das empresas de produzir bens. As fases de confinamento seguintes dependem mais acentuadamente de perturbações do lado da procura—interna numa primeira fase e externa numa segunda fase—i.e. uma incapacidade de consumir bens. O setor produtivo parece ter ficado mais resistente aos efeitos associados ao COVID-19 ao longo de 2021, em linha com uma redução gradual das perturbações nas cadeias de abastecimento, após o colapso registado após o primeiro período de confinamento. Em contraste, a inflação é determinada principalmente por perturbações não pandémicas, particularmente por choques sobre os custos de produção.
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