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A viagem das notas de euro até chegarem ao seu bolso

Quando tira uma nota da carteira, alguma vez pensa no caminho que esse pequeno pedaço de papel percorreu até chegar ao seu bolso? Dependendo do valor em causa, pode ter sido uma viagem de milhares ou de apenas meia dúzia de quilómetros. Tem dúvidas? Leia este descodificador até ao fim.
A decisão sobre quantas notas são fabricadas
Para que as notas de euro cheguem até si, o primeiro passo é calcular as necessidades de notas de cada país da área do euro. Estas estimativas são calculadas todos os anos pelos bancos centrais nacionais (BCN) dos 19 países que participam na moeda única.
Anualmente, é necessário produzir notas novas em número suficiente para substituir as notas que se deterioram e que, por essa razão, não estão em condições de se manterem em circulação. A produção anual de novas notas pretende ainda responder a aumentos de procura mais ou menos previsíveis. Por exemplo, um aumento do número de visitantes estrangeiros.
Em Portugal, cabe ao Banco de Portugal calcular para cada ano a procura de notas do país. Esta avaliação detalha as necessidades por denominação, ou seja, aponta quantas notas dos diferentes valores são necessárias. As notas de 10 e 20 euros são as mais utilizadas em território nacional.
Com a informação que recebe de cada país, o Banco Central Europeu calcula as necessidades globais de produção de notas da área do euro. No conjunto da área do euro, as notas mais utilizadas são as de 50 e 20 euros.
A produção das notas de euro
Definidas as necessidades de produção de notas, os 19 países da área do euro dão indicações ao BCE sobre a sua preferência quanto às denominações a produzir. Cabe ao BCE atribuir aos bancos centrais nacionais as quotas de novas notas a produzir.
O BCE adjudica os volumes de produção a um grupo de BCN, que ficam responsáveis pelo fornecimento de uma proporção específica da produção anual de novas notas, podendo imprimir uma ou mais denominações.
A produção de notas de euro é assegurada por 11 fábricas de alta segurança, localizadas na Europa, onde as notas que vão chegar ao seu bolso começam a tornar-se realidade. A impressão é feita respeitando os acordos de produção partilhada e um sistema comum de controlo de qualidade, para assegurar padrões uniformes de todas as notas de euro.
Se tiver uma das novas notas de 50 euros na carteira é provável que tenha sido produzida na Alemanha, França ou Itália. As notas de 20 ou 5 euros podem ter feito uma viagem bem mais curta. Estas são duas das denominações cuja produção tem sido mais frequentemente atribuída ao Banco de Portugal e que é assegurada pela Valora, a impressora de notas do banco central português.
A fábrica de notas do Banco de Portugal
A Valora é a empresa impressora de notas detida a 100% pelo Banco de Portugal, localizada no Complexo do Carregado. Desde 1999 que a fábrica de notas portuguesa opera, tendo já produzido mais de 3.500 milhões de notas de euro. Na última década, a Valora imprimiu notas de 50, 20, 10 e 5 euros.
É fácil descobrir se as notas que tem no seu bolso foram fabricadas em Portugal. Em todas as notas produzidas na Valora o número de série começa com a letra M.
O processo de produção das notas começa com a preparação das chapas que reproduzem o desenho das notas disponibilizado pelo BCE. Há, depois, quatro fases de impressão, a última das quais consiste na numeração e envernizamento. Segue-se o corte e o controlo final de qualidade. O último passo é a embalagem. Todo o processo de produção é altamente automatizado e sujeito a diversos testes manuais e automáticos de controlo de qualidade.
Concluída a produção, a Valora entrega as notas ao Banco de Portugal, que as valida previamente e que tem a responsabilidade de as redistribuir.
As notas chegam ao seu bolso
Depois de impressas, as notas de euro estão prontas para viajar até ao seu bolso. Mas ainda têm um caminho a percorrer. Os bancos centrais nacionais que asseguram a produção de notas são responsáveis por fazer a sua redistribuição, sob a supervisão do BCE, com a preocupação de evitar situações de escassez ou de excedente num determinado país.
Os BCN podem colocar as novas notas em circulação diretamente – nas suas tesourarias – ou através dos bancos comerciais, que as fazem chegar aos seus clientes nos levantamentos aos balcões e nos caixas automáticas.
Levantou as notas que tem na carteira ou recebeu-as de um familiar ou amigo? Cada um de nós sabe onde foi buscar o dinheiro com que paga o pequeno-almoço ou o lanche. Agora, também já conhece a viagem que essas notas fazem até chegarem ao seu bolso.
Veja as imagens sobre o processo produtivo de notas de euro

