O que é e para que serve a política monetária?

O que é a política monetária?
A política monetária consiste nas decisões que o banco central toma, no exercício do seu mandato, para influenciar o custo de pedir emprestado e a quantidade de dinheiro que existe na economia.
Na área do euro, a decisão mais importante do Banco Central Europeu (BCE) é normalmente a fixação das taxas de juro oficiais. Se for necessário, o BCE pode decidir recorrer a outros instrumentos.

Para que é usada a política monetária?
A política monetária é usada para influenciar a variação dos preços dos bens e serviços que consumimos.
O principal objetivo do BCE é manter a estabilidade de preços na área do euro. Isto significa garantir que os preços sobem pouco e sem grandes flutuações, isto é, garantir que a inflação é baixa e estável.
O BCE define a política monetária para atingir uma inflação de 2% no médio prazo.
Quando decide a política monetária, o BCE também leva em consideração preocupações com o crescimento económico e o emprego, a estabilidade financeira e as alterações climáticas, desde que tal não prejudique a estabilidade de preços.

Quem é responsável pela política monetária?
A autoridade responsável pela política monetária na área do euro é o Eurosistema — o BCE e os bancos centrais nacionais dos 20 países cuja moeda é o euro, incluindo o Banco de Portugal.
O Conselho do BCE decide a política monetária para o conjunto da área do euro.
- O Conselho inclui os seis membros da Comissão Executiva do BCE e os governadores dos bancos centrais nacionais.
- Reúne-se habitualmente de seis em seis semanas para tomar decisões sobre a política monetária.
- Os membros do Conselho tomam decisões levando em consideração os interesses da área do euro como um todo e não os interesses dos seus países de origem.
A Comissão Executiva do BCE executa as decisões do Conselho, dando as instruções necessárias aos bancos centrais nacionais.
- A Comissão inclui o presidente do BCE, o vice-presidente e mais quatro membros.
Os bancos centrais nacionais implementam a política monetária nos países da área do euro, de acordo com as instruções da Comissão Executiva.
O Banco de Portugal tem responsabilidades de política monetária, como parte do Eurosistema:
- Participa na definição da política monetária:
- O Governador é membro do Conselho do BCE;
- Os colaboradores do Banco participam em comités técnicos de apoio ao Conselho; - Implementa a política monetária, de acordo com as instruções da Comissão Executiva:
- Interage com os bancos comerciais estabelecidos em Portugal; - Acompanha os efeitos da política monetária no sistema bancário nacional e na economia portuguesa. Realiza estudos para compreender estes efeitos e ajudar a melhorar o desenho e a implementação da política monetária.
Como é que o BCE decide o que fazer?
O banco central não influencia diretamente os preços dos bens e serviços.
O banco central recorre aos instrumentos de política monetária (por exemplo, as taxas de juro oficiais) para tentar influenciar os gastos das famílias e das empresas e, por essa via, os preços dos bens e serviços. Pode levar vários trimestres até que uma decisão de política monetária se reflita plenamente nos preços.
Por isso, antes de tomar decisões, o BCE tem de estar bem informado sobre o que está a acontecer ao crescimento da economia, ao emprego e à inflação e sobre o que é provável que aconteça no futuro.
O BCE decide com base numa análise integrada de toda a informação. As razões por detrás de cada uma das decisões são explicadas na “Síntese da declaração de política monetária”.
Porque é a política monetária importante para os cidadãos?
A política monetária afeta a nossa vida diária, quer tenhamos ou não consciência disso.
Afeta as decisões que tomamos sobre quanto gastar, poupar ou pedir emprestado.
A confiança de que os preços se vão manter estáveis ajuda-nos a tomar decisões mais adequadas. Significa que temos uma garantia de que amanhã conseguiremos comprar com cada euro praticamente o mesmo que conseguimos comprar hoje.
A estabilidade de preços cria melhores condições para a economia crescer e para haver mais empregos, aumentando o bem-estar dos cidadãos.