Supervisão da cultura e do comportamento
Cada organização tem a sua própria cultura organizacional. Todas funcionam de acordo com um conjunto de normas, muitas vezes apenas implícitas, que condicionam decisivamente as dinâmicas de grupo e, também, o comportamento individual dos seus colaboradores.
Não existem culturas organizacionais certas ou erradas. No entanto, dinâmicas de grupo e comportamentos individuais patológicos são fontes materiais de risco, em particular quando ocorrem nos órgãos de administração e de supervisão interna (abrangendo o órgão de fiscalização e os membros não executivos do órgão de administração) e na direção de topo das instituições, dado o papel crucial dos líderes na definição da cultura das organizações.
É responsabilidade das instituições assegurarem que, além de estruturas de governo formais a sua cultura organizacional está assente em elevados padrões de exigência ética e que:
- Promove uma cultura de risco integrada que abrange todas as suas áreas de atividade;
- Promove uma conduta profissional responsável e prudente a observar por todos os seus colaboradores;
- Contribui para reforçar os níveis de confiança e de reputação da instituição.
As instituições devem estar capacitadas para aferir o risco decorrente da sua cultura organizacional.
Enquanto autoridade de supervisão prudencial, o Banco de Portugal acompanha e avalia os riscos decorrentes da conduta e da cultura organizacional nas instituições que supervisiona, adotando as medidas que entenda adequadas no sentido de promover uma atitude saudável, prudente e responsável perante o risco.
A supervisão do Banco de Portugal não exime as instituições e, em especial, os seus órgãos de administração e supervisão interna, da responsabilidade de assegurar uma gestão sã e prudente.