Os mercados de habitação podem afetar a atividade económica quer pelo canal do crédito, quer pelo impacto que a riqueza em habitação pode ter no consumo. Dado que a habitação é o principal ativo da maioria das famílias, alterações no seu valor patrimonial podem afetar o consumo privado. 

Para explicar os preços da habitação utilizam-se tipicamente variáveis como o PIB, o rendimento disponível, o investimento residencial, a população ativa, a taxa de desemprego, as taxas de juro e o crédito à habitação. Num exercício de previsão dos preços da habitação considerou-se também a incerteza económica, que reflete as dúvidas que os agentes económicos têm sobre um qualquer evento futuro, incluindo-se no conjunto de variáveis potencialmente usadas a confiança dos consumidores e das empresas e a volatilidade dos mercados financeiros. O exercício consiste na estimação de modelos com diferentes especificações e com escolha de variáveis baseada no desempenho de cada um deles. Do estudo, foi possível concluir que a maioria das variáveis macroeconómicas parece ser útil num contexto de previsão da evolução dos preços de habitação em Portugal, sendo que a importância dos indicadores de incerteza económica, medida pela sua probabilidade de inclusão em cada modelo estimado, tem vindo a aumentar nos últimos anos.

Para mais detalhes ver Hill, Lourenço e Rodrigues (2020): “A previsão dos preços da habitação e a incerteza: Uma análise para Portugal e Espanha”, publicado na Revista de Estudos Económicos do Banco de Portugal, vol. VI, n.º 4.

Elaborado por Paulo M. M. Rodrigues e Rita Fradique Lourenço. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.

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