A pandemia de COVID-19 e as medidas de distanciamento social adotadas para conter a crise sanitária implicaram uma queda significativa na atividade económica na primeira metade de 2020. No entanto, o impacto sobre as diversas economias foi diferenciado em função da especialização setorial. Neste contexto, destaca-se a maior especialização da economia portuguesa face à área do euro no setor do Alojamento e restauração, que implica uma maior vulnerabilidade ao impacto da pandemia. 

De acordo com o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas – COVID-19 (COVID-IREE), o impacto negativo sobre o volume de negócios das empresas portuguesas foi generalizado entre abril e junho, mas assumiu intensidades diferentes por setor. Este impacto foi mais negativo nos serviços, em particular no Alojamento e restauração, nos Transportes e nas Atividades artísticas e recreativas. Nestes três meses, a redução média do volume de negócios situou-se em torno de 70% no Alojamento e restauração e nas Atividades artísticas e recreativas e em cerca de 60% nos Transportes (mais de 80% no caso dos transportes aéreos). Estes setores, em particular o Alojamento e restauração e os Transportes, aumentaram o seu peso nos últimos anos e têm um maior peso no VAB total em Portugal do que na área do euro. 

Para mais detalhes consultar a secção 3.2 do Boletim Económico de outubro de 2020 do Banco de Portugal.

Preparado por Fátima Cardoso e Domingos Seward. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.

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