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Economia numa imagem

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Os grupos bancários portugueses reduziram a sua complexidade geográfica entre 2014 e 2018

21.08.2020

Economia numa imagem: Os grupos bancários portugueses reduziram a sua complexidade geográfica entre 2014 e 2018

 

A complexidade geográfica refere-se à extensão e ao âmbito das atividades que os grupos bancários têm em diferentes países ou regiões. Por um lado, a complexidade pode agravar problemas de risco moral e de agência. Tal pode manifestar-se, por exemplo, na tomada de risco excessivo por parte de instituições mais complexas (por serem consideradas too-big-to-fail) ou em riscos associados a incentivos desalinhados na gestão dos bancos. Por outro lado, a complexidade pode ser necessária para atingir uma determinada escala operacional e fazer parte do modelo de negócio do banco, sem envolver maior tomada de risco.

A complexidade geográfica pode ser medida através de diversos indicadores. Consideram-se quatro indicadores relevantes para os grupos bancários portugueses: o número de países em que o grupo bancário tem atividade, o número de entidades participadas (filiais e sucursais) localizadas no estrangeiro, o número de entidades participadas registadas como bancos e localizadas no estrangeiro, e o número de entidades participadas com atividade em África. Estes indicadores registaram uma tendência decrescente entre 2014 e 2018, concentrada principalmente nos dois primeiros anos. Esta tendência reflete o ajustamento do setor bancário português na sequência da crise da dívida soberana na área do euro. 

Quando se considera a relação entre complexidade geográfica e tomada de risco dos bancos, conclui-se que a redução na complexidade geográfica foi acompanhada por uma redução na tomada de risco. Este resultado sugere que os problemas de risco moral e de agência são mais severos quando os bancos têm atividade num grande número de geografias. 

  

Para mais detalhes, ver Diana Bonfim and Sónia Félix (2020) “Banks' complexity and risk: agency problems and diversification benefits”, Banco de Portugal Working Paper 202010.

 

Preparado por Diana Bonfim e Sónia Félix. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade das autoras e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.

 

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