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Economia numa imagem

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No curto prazo, o impacto da pandemia COVID-19 nos rendimentos do trabalho das famílias é maior nos extremos da distribuição de rendimento disponível

15.05.2020

Economia numa imagem: No curto prazo, o impacto da pandemia COVID-19 nos rendimentos do trabalho das famílias é maior nos extremos da distribuição de rendimento disponível

A redução da atividade económica decorrente da pandemia Covid-19 tem um impacto negativo muito substancial no rendimento de trabalho dos indivíduos e, como tal, no rendimento disponível das famílias. No entanto, estes efeitos tendem a ser muito heterogéneos entre famílias. 

Para cada família o impacto no rendimento disponível depende do número de indivíduos com rendimentos do trabalho, assim como da sua situação laboral e dos setores em que exercem a sua atividade. Uma análise com base nos dados do Inquérito à Situação Financeira das Famílias de 2017 sugere que, no curto prazo, o impacto negativo da pandemia é crescente com o nível de rendimento disponível das famílias. O impacto mais reduzido nas famílias com rendimento mais baixo (antes da pandemia) decorre de haver neste grupo muitas famílias cujo rendimento provém de pensões de reforma ou de outras transferências públicas, que não foram afetadas no atual contexto. 

Em termos de rendimento do trabalho, o impacto de curto prazo da pandemia é mais moderado nas famílias com rendimento disponível intermédio. Nas famílias com rendimento disponível baixo, a maior redução dos rendimentos do trabalho deve-se ao facto destes trabalhadores estarem relativamente concentrados em setores mais afetados pela pandemia e em situações laborais que não beneficiam das medidas de apoio ao rendimento. Estas situações são também mais prevalecentes nos escalões etários mais jovens. Nas famílias com rendimento disponível elevado, a redução dos rendimentos do trabalho é ampliada pela existência de limites máximos aplicáveis aos rendimentos auferidos no âmbito das medidas de apoio. 

Sublinhe-se que esta é uma análise do impacto da pandemia na situação financeira das famílias no curto prazo, pelo que não deve ser extrapolada para horizontes mais longos, quer em termos de magnitudes quer em termos dos respetivos efeitos distributivos.

Para mais detalhes consultar o Tema em destaque “O impacto económico da crise pandémica”, publicado no Boletim Económico do Banco de Portugal, de maio de 2020.

 

Preparado por Sónia Costa, Luísa Farinha, Luís Martins e Renata Mesquita. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.

 

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