De acordo com os dados do Inquérito à Situação Financeira das Famílias (ISFF), a riqueza líquida, medida pela diferença entre os seus ativos e as suas dívidas, distribui-se de forma desigual pelas famílias de diferentes grupos etários. A riqueza líquida varia com a idade do indivíduo de referência da família de acordo um padrão relacionado com o ciclo de vida. Tal como o gráfico ilustra, a riqueza líquida aumenta com a idade até ao grupo etário anterior ao da idade da reforma e reduz-se posteriormente, de um modo mais gradual. 

A comparação dos resultados das edições de 2010, 2013 e 2017 do ISFF revela alguma heterogeneidade na evolução da riqueza líquida nos diferentes escalões etários. Nalguns grupos de famílias, nomeadamente naqueles em que o indivíduo de referência tem menos de 35 anos ou tem entre 45 e 64 anos, a riqueza líquida mediana em 2017 era mais baixa do que em 2010. Nas famílias mais jovens, a riqueza líquida mediana situava-se em cerca de 14 mil euros, em 2017, menos de metade do que nas famílias que se encontravam nesse grupo etário em 2010. Nos restantes grupos, a variação da riqueza líquida mediana entre 2010 e 2017 não é estatisticamente significativa. 

Para mais detalhes ver Costa, Farinha, Martins e Mesquita (2020) “Inquérito à Situação Financeira das Famílias: resultados de 2017 e comparação com as edições anteriores”, publicado na Revista de Estudos Económicos do Banco de Portugal, vol. VI, n.º 1.

Preparado por Sónia Costa, Luísa Farinha, Luís Martins e Renata Mesquita. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.
 

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