De acordo com os microdados subjacentes aos Inquéritos às Despesas das Famílias do INE, a desigualdade do consumo das famílias em Portugal (medida pelo índice de Gini da despesa monetária) diminuiu substancialmente no período 1995-2015. Esta queda está associada a uma forte diminuição intergeracional da desigualdade. De facto, as gerações mais recentes apresentam uma menor desigualdade do consumo face às gerações anteriores quando tinham a mesma idade. 

Esta diminuição da desigualdade estará em parte associada ao reforço dos mecanismos de “seguro” (alisamento) do rendimento e do consumo das famílias portuguesas neste período. Estes mecanismos incluem o aumento das transferências públicas para as famílias, a maior participação feminina no mercado de trabalho e o maior acesso ao mercado de crédito.

Para mais detalhes ver Alves, Cardoso e Monteiro (2020) “Uma caracterização da desigualdade do rendimento e do consumo em Portugal”, publicado na Revista de Estudos Económicos do Banco de Portugal, vol. VI, n.º 1.

Preparado por Nuno Alves, Fátima Cardoso e Nuno Monteiro. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.

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