O modelo M, um modelo macroeconómico trimestral para a economia portuguesa, constitui uma das peças centrais nos exercícios de projeção e nas análises de cenários do Banco de Portugal. Com base nas suas propriedades dinâmicas de curto e médio prazo é possível avaliar o impacto mecânico de choques económicos na evolução das principais variáveis da economia portuguesa.

A título ilustrativo, o gráfico apresenta o impacto de um aumento de 1% da procura externa num conjunto selecionado de variáveis. O aumento da procura externa de bens e serviços produzidos em Portugal desencadeia um aumento das exportações, do emprego, do rendimento disponível e da procura interna. As importações também aumentam, refletindo uma maior procura final. A maiores pressões do lado da procura estão associados aumentos de salários e de preços internos. No modelo, esta subida dos preços origina uma perda de competitividade, que atenua o impacto nas exportações do choque na procura externa. Globalmente, o saldo da balança de bens e serviços melhora no médio prazo. No terceiro ano do horizonte de simulação, o impacto no PIB é de cerca de 0,3%.

Para mais detalhes ver “O modelo M: um modelo macroeconómico para a economia portuguesa”, Revista de Estudos Económicos do Banco de Portugal, Vol. IX, No. 2, pp. 3-27.

Preparado por Gabriela Castro e Cláudia Duarte. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.

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