Compreender o comportamento das empresas é fundamental para responder a muitas questões macroeconómicas atuais, nomeadamente o papel das empresas na promoção do crescimento agregado, no desenho de políticas governamentais que promovam o crescimento, e na escolha dos apoios que o governo lhes deve oferecer durante uma recessão. De forma a compreender as fontes de crescimento das empresas, utiliza-se um modelo simples de produção da empresa ao longo do ciclo de vida e avalia-se a importância relativa das fricções no mercado de trabalho e fricções na acumulação de capital. Com este objetivo, são utilizados dados em painel dos balanços das empresas portuguesas. A análise foca-se no conjunto de empresas nascidas entre 2009 e 2012, e acompanha-se essas mesmas empresas ao longo do tempo.

De acordo com o modelo, para uma função de produção sem fricções, o rácio entre capital e trabalhado é constante ao longo do tempo. No caso de haver fricções na acumulação de capital, este será inferior quando as empresas são novas e cresce gradualmente ao longo do tempo, levando a um aumento deste rácio. Acontece o oposto quando há fricções no mercado de trabalho. Os dados das empresas revelam uma tendência clara de aumento no rácio de capital por trabalho com a idade da empresa, o que sugere que as fricções com o capital são dominantes (ver Gráfico). Este resultado motiva uma investigação mais aprofundada sobre a natureza dessas fricções e sobre como as ultrapassar.

Para mais detalhes ver “Ciclo de vida das empresas”, Revista de Estudos Económicos do Banco de Portugal, Vol. VIII, No. 4, pp. 55-78.

Preparado por António Santos, László Tétényi and Pedro Dias Moreira. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.

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