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Economia numa imagem

Em 2023, as famílias endividadas de menor rendimento terão dificuldade em fazer face ao aumento dos preços e das taxas de juro

06.01.2023

Economia numa imagem: Em 2023, as famílias endividadas de menor rendimento terão dificuldade em fazer face ao aumento dos preços e das taxas de juro

A subida da inflação e das taxas de juro afeta os orçamentos familiares, mas o seu impacto é diferenciado consoante as características das famílias, em particular o seu nível de rendimento. O impacto do aumento acentuado dos preços dos bens alimentares e energéticos é mais marcado para as famílias de menor rendimento, refletindo o maior peso destes bens no seu cabaz de consumo. As famílias com dívida a taxa variável (cerca de 30% do total de agregados familiares) são especialmente afetadas pelo choque de taxa de juro. 

A informação granular dos inquéritos às famílias, com destaque para o Inquérito à Situação Financeira das Famílias de 2020, foi utilizada para simular o impacto distributivo destes choques na situação financeira das famílias. Para 2023, projeta-se um aumento médio do rendimento disponível das famílias endividadas semelhante em todos os quintis, em torno de 6%. Para as famílias com dívida dos quintis de maior rendimento, a variação do rendimento permite manter o volume de consumo de bens alimentares e energéticos e satisfazer o serviço da dívida, sem pôr em causa outro tipo de despesas. No entanto, para as famílias endividadas dos dois quintis inferiores de rendimento – que representam 7,5% do total de famílias – a variação média do rendimento não cobre os aumentos da despesa em bens alimentares e energéticos e do serviço da dívida, implicando um ajustamento mais exigente. 

 

Para mais detalhes ver a Caixa 4 “Efeito da inflação e da subida das taxas de juro sobre a situação financeira das famílias” do Boletim Económico de dezembro de 2022 do Banco de Portugal.

 

Preparado por Luísa Farinha e Cristina Manteu. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade das autoras e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.

 

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