Economia numa imagem

As pressões inflacionistas externas explicam em larga medida o aumento de preços no consumidor em 2021
08.07.2022

A escassez e o aumento acentuado dos preços de matérias-primas e de alguns bens intermédios a nível internacional, bem como a subida dos custos de transporte, traduziram-se num aumento dos preços das importações portuguesas no passado recente. Este tipo de choque cria pressões ao longo do processo produtivo e de distribuição e reflete-se nos preços na produção e no consumidor.
A magnitude e o perfil temporal da transmissão destas pressões podem ser analisados através de um modelo que aproxima o processo inflacionista ao longo da cadeia de produção e distribuição. Os resultados sugerem que os efeitos de um choque de 10% no preço do petróleo no IHPC são essencialmente os diretos via componente energética (que pesa cerca de 8% no IHPC total), ou seja, os impactos indiretos nos restantes preços são limitados. O impacto de um choque de 10% no deflator de importações excluindo energéticos no IPPI tem uma magnitude consideravelmente superior. Com base nestes resultados é possível estimar que os choques no preço do petróleo e no deflator de importações não energéticas terão contribuído em cerca de 0,6 pontos percentuais para o aumento de 0,9% do IHPC em 2021.
Para mais detalhes consultar a Caixa 7 “A transmissão das pressões inflacionistas externas aos preços no produtor e no consumidor em Portugal“, do Boletim Económico do Banco de Portugal de maio de 2022.
Preparado por Cátia Silva e Sara Serra. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade das autoras e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.
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