Economia numa imagem

Durante a pandemia, a percentagem de famílias que poupou mais aumentou em todos os níveis de rendimento, mas em especial nos mais elevados
14.01.2022

O Inquérito à Situação Financeira das Famílias (ISFF) de 2020, cujos dados foram recolhidos entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, inclui perguntas que permitem caracterizar o comportamento da poupança no período da pandemia em Portugal. No ISFF 2020 as famílias foram questionadas sobre se o montante que pouparam nos 12 meses anteriores à entrevista foi inferior, igual ou superior ao habitual.
Em 2020, face a 2017, ocorreu um acréscimo da percentagem de famílias com poupança superior ao habitual, de 4% para 11%. Este aumento foi comum a todos os grupos de rendimento, mas foi mais expressivo no grupo de rendimento mais elevado. Enquanto no grupo de rendimento mais reduzido 3% das famílias declararam ter poupado mais do que o habitual (2% em 2017), no grupo de rendimento mais elevado esta percentagem é 22% (8% em 2017). Em todos os grupos de rendimento, a maioria das famílias declarou que a poupança adicional foi originada principalmente por uma redução da despesa, não foi planeada e foi investida principalmente em depósitos, certificados de Aforro/Tesouro ou em numerário. Tal reflete a natureza comum do choque e sugere que as medidas de contenção da pandemia e os receios de contágio terão sido muito importantes na determinação da poupança neste período.
Para mais detalhes ver Caixa 3. “A poupança das famílias durante a crise pandémica”, publicada no Boletim Económico do Banco de Portugal de dezembro de 2021.
Preparado por Sónia Costa. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade da autora e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.
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