Economia numa imagem

O investimento em alojamento turístico e as aquisições de habitação por não residentes contribuíram para o aumento dos preços da habitação ao nível local
07.01.2022

Entre 2016 e 2020, o preço mediano dos alojamentos familiares em Portugal cresceu 37,2% em termos acumulados. Não obstante a tendência geral de subida, observaram-se diferenças de magnitude na variação ao nível regional. Os preços da habitação tendem a ser mais altos no litoral do que no interior, onde se observou também o maior aumento entre 2016 e 2019 (Painel A). Um dos fatores que tem sido referido como relevante para o dinamismo dos preços da habitação em Portugal refere-se ao papel dos não residentes, diretamente através do seu investimento, ou indiretamente através da procura de alojamento turístico. Os estabelecimentos de alojamento local estão sobretudo concentrados nos municípios de Lisboa e em alguns do Algarve, não tendo grande expressão no resto do país (Painel B). É também na região do Algarve que as aquisições de imóveis por não residentes têm maior peso no valor total das transações de imóveis (Painel C).
Usando um modelo de regressão com dados em painel e granularidade ao nível do município obtém-se uma relação positiva e estatisticamente significativa do número de estabelecimentos em alojamento local e do peso das aquisições por não residentes com os preços da habitação.
Para mais detalhes ver Caixa 4 “Impacto do investimento de não residentes e do alojamento turístico nos preços da habitação ao nível local”, publicada no Boletim Económico de dezembro de 2021.
Preparado por Nuno Lourenço, Carlos Melo Gouveia e Sara Serra. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.
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