Nas últimas décadas, o comércio internacional de serviços não turísticos tem crescido significativamente em todo o mundo. No futuro, com o desenvolvimento de novas tecnologias, os serviços não turísticos tornar-se-ão ainda mais transacionáveis e, portanto, será cada vez mais importante compreender o comportamento das empresas que exportam estes serviços. Em Portugal, embora o turismo continue a ser o maior sector exportador de serviços, o comércio internacional dos outros tipos de serviços é igualmente importante. Desde os anos 2000, Portugal tem registado excedentes na balança de serviços não turísticos, em contraste com os défices observados anteriormente.

Uma parcela significativa dos exportadores portugueses de serviços não turísticos vende apenas um tipo de serviço ou tem apenas um país de destino, mas a importância destas empresas no valor total das exportações é muito inferior. Com efeito, tal como observado para o comércio internacional de bens, as empresas multisserviço e multipaís são cruciais para explicar o nível das exportações portuguesas de serviços não turísticos. Por exemplo, as empresas que exportam para mais de três países foram responsáveis por mais de 85% do total das exportações portuguesas destes serviços em 2014-2015. Por seu turno, as empresas exportadoras de um único serviço representavam cerca de 40% do total das exportações de serviços não turísticos neste período. 

Para mais detalhes, ver João Amador, Sónia Cabral e Birgitte Ringstad, “International trade in services: evidence for Portuguese firms”, Banco de Portugal working paper No. 10/2018, Maio 2018.

Preparado por Sónia Cabral. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.

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