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Economia numa imagem

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O impacto nas exportações portuguesas das medidas de contenção da pandemia nos países de destino diminuiu ao longo do tempo

17.12.2021

Economia numa imagem: O impacto nas exportações portuguesas das medidas de contenção da pandemia nos países de destino diminuiu ao longo do tempo

A pandemia da COVID-19 foi o choque mais severo que a economia mundial enfrentou em muitas décadas. O impacto inicial sobre os fluxos de comércio internacional foi de grande dimensão e comparável ao registado no grande colapso do comércio de 2008-2009. Com a evolução da pandemia até ao primeiro semestre de 2021, uma característica marcante foi a recuperação dos fluxos de comércio internacional, o que aponta para a adaptação das empresas às restrições vigentes. O impacto das medidas de confinamento foi estimado através de uma regressão que relaciona o crescimento dos fluxos de exportação para cada par empresa-país (face a um período de referência constituído pelos três anos que precedem a pandemia) com o índice de severidade e com as mortes provocadas pela COVID-19 no país-destino. O impacto do índice de severidade ao longo do tempo foi estimado através da interação deste índice com um conjunto de seis variáveis categóricas que identificam cada um dos trimestres entre o início de 2020 e o primeiro semestre de 2021.

O impacto mais negativo das medidas de confinamento nas exportações foi observado nos dois primeiros trimestres de 2020 e tornou-se não significativo nos dois últimos trimestres de 2020, sugerindo uma adaptação progressiva das empresas integrantes no comércio internacional (Figura). No entanto, com a terceira vaga da pandemia, o impacto negativo destas medidas nas exportações ressurgiu marginalmente no primeiro trimestre de 2021, tornando-se novamente não significativo no trimestre seguinte.

 

Para mais detalhes, ver Amador, Gouveia and Pimenta (2021), “COVID-19, Lockdowns and International Trade: Evidence from Firm-Level Data”, Banco de Portugal Working paper nº 14.

 

Preparado por João Amador, Carlos Melo Gouveia e Ana Catarina Pimenta. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.