Economia numa imagem

Os spreads reduziram-se acentuadamente desde 2012, mas mantiveram uma elevada dispersão
13.08.2021

O spread médio aplicado aos empréstimos a empresas diminuiu acentuadamente desde 2012, em resultado de custos de financiamento mais baixos para os bancos, concorrência acrescida no mercado de crédito e uma progressiva melhoria da atividade económica. A dispersão dos spreads também se reduziu, mas manteve-se elevada. O risco dos devedores e as características dos empréstimos são os principais determinantes desta dispersão.
Esta dispersão também é visível quando se comparam as taxas de juro aplicadas por diferentes bancos a empréstimos com características semelhantes concedidos à mesma empresa. Utilizando dados detalhados sobre empresas, bancos e empréstimos concedidos entre 2012 e 2019, uma análise de regressão sugere que existe uma relação positiva entre o capital regulamentar dos bancos e os spreads aplicados a uma mesma empresa. Este resultado, que se aplica, no entanto, apenas a empresas com uma classificação de risco melhor do que a mediana, empresas em todas as classes de dimensão exceto as microempresas e empresas com mais de duas relações bancárias e apenas no período a seguir à crise de dívida soberana da área do euro, é consistente com a ideia de que os bancos mais capitalizados fazem maior seleção e monitorização dos seus clientes.
Para mais detalhes, ver Bonfim, Farinha e Queiró (2021) “Heterogeneidade nas taxas de juro dos empréstimos: o papel do capital dos bancos”, publicado na Revista de Estudos Económicos do Banco de Portugal, vol. VII, nº 3.
Preparado por Diana Bonfim, Luísa Farinha e Leonor Queiró. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade das autoras e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.
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