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Economia numa imagem

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As avaliações de política orçamental baseadas em saldos estruturais devem considerar a incerteza na medição do hiato do produto 

14.05.2021

Economia numa imagem: As avaliações de política orçamental baseadas em saldos estruturais devem considerar a incerteza na medição do hiato do produto

 

Os saldos estruturais dependem dos hiatos do produto e são centrais para a maioria das análises de supervisão orçamental. Ao remover o impacto do ciclo económico do saldo orçamental publicado, para além do efeito de medidas temporárias, o saldo estrutural surge como um instrumento de análise da orientação da política orçamental. 

Partindo de indicadores cíclicos alternativos e tendo por base o mesmo conjunto de informação, as estimativas de saldos estruturais para a economia portuguesa apresentam algumas semelhanças, mas também incertezas e discrepâncias importantes. O gráfico apresenta as amplitudes máximas considerando os hiatos do produto produzidos pela Comissão Europeia, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico e Fundo Monetário Internacional, bem como pelos modelos sugeridos por Braz, Campos e S. Sazedj (2019) e Duarte, Maria e Sazedj (2020). As diferenças são especialmente notórias quando se avalia o nível do saldo estrutural. A amplitude média entre as estimativas ascende a 1,5 pontos percentuais (pp) entre 1999-2018. As semelhanças são mais evidentes quando se considera a variação do saldo estrutural, com a amplitude média a reduzir-se para 0,3 pp. Em ambos os casos, as discrepâncias são suficientes para que a análise da orientação da política orçamental seja condicionada pelo modelo.

 

  

Para mais detalhes ver o artigo Duarte, Maria e Sazedj (2021), “Hiatos do produto e saldos estruturais”, publicado na Revista de Estudos Económicos do Banco de Portugal, vol. VII (2), pp 1-22. As alusões a Braz, Campos e S. Sazedj (2019) e Duarte, Maria e Sazedj (2020) referem-se a Braz, C., M. M. Campos, e S. Sazedj (2019). “A nova metodologia do SEBC para o cálculo dos saldos orçamentais ajustados do ciclo: uma aplicação ao caso português” Banco de Portugal, Revista de Estudos Económicos, Vol. V, Nº 2, pp 21-46, e a Duarte, C., J. R. Maria, e S. Sazedj (2020). “Trends and cycles under changing economic conditions.” Economic Modelling, 92(C), 126–146.  

 

Preparado por Cláudia Duarte, José R. Maria e Sharmin Sazedj. As análises, opiniões e resultados expressos neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem necessariamente com os do Banco de Portugal ou do Eurosistema.

 

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