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Nota de informação estatística – Quadros do Setor - 2019

O Banco de Portugal publica hoje, nos Quadros do Setor, os indicadores económico-financeiros das empresas não financeiras relativos a 2019. As estatísticas agora publicadas incorporam os dados recolhidos na Informação Empresarial Simplificada (IES) referentes a 2019, e as revisões relativas aos anos de 2017 e 2018.

Em 2019, havia 469 mil empresas não financeiras em atividade com sede em Portugal, mais 3,1% do que em 2018. As microempresas representavam 89% do total das empresas e 16% do volume de negócios agregado. As grandes empresas, representativas de 0,3% do total das empresas, geraram 42% do volume de negócios.

Três em cada quatro empresas pertenciam aos setores dos serviços: 23% ao setor do comércio e 52% ao conjunto dos outros serviços. O comércio agregava 38% do total do volume de negócios, seguido pelos outros serviços e pela indústria (25%, em ambos os casos).

A maior parte das empresas tinha sede na região Norte (33%), na Área Metropolitana de Lisboa (33%) ou na região Centro (19%). A Área Metropolitana de Lisboa era a região mais relevante em termos de volume de negócios (46%), seguida das regiões Norte (28%) e Centro (16%). A região Norte era a mais representativa no setor da indústria (51% das empresas do setor), agregando também uma parcela significativa das empresas da construção e do comércio (36%, em ambos os casos). A Área Metropolitana de Lisboa agregava o maior número de empresas dos outros serviços (41% das empresas do setor) e o Alentejo o maior número de empresas da agricultura e pescas (32%).

As estruturas empresariais por classes de dimensão, por setores de atividade e por localização geográfica não registaram alterações significativas comparativamente com o que se observava em 2018.

 

A rendibilidade do ativo (EBITDA em percentagem do ativo) das empresas não financeiras fixou-se em 7,5%, menos 0,3 pontos percentuais (pp) do que o observado em 2018. A rendibilidade dos capitais próprios (resultado líquido em percentagem do capital próprio) apresentou uma redução de 1,1 pp no mesmo período, situando-se em 7,2% em 2019 (Gráfico 1).

 

A autonomia financeira (capital próprio em percentagem do ativo) aumentou 1,3 pp, para 36,5%, em 2019, e o peso dos financiamentos obtidos no ativo desceu 0,7 pp, para 33,3% (Gráfico 2). 

O custo da dívida (gastos de financiamento em percentagem dos financiamentos obtidos) permaneceu idêntico ao do ano anterior, situando-se em 3,2%.

O rácio de cobertura de gastos de financiamento (EBITDA1 / gastos de financiamento) e o rácio de financiamentos obtidos sobre o EBITDA mantiveram-se nos valores do ano anterior, 7,1 e 4,4 respetivamente (Gráficos 3 e 4).

Em termos de indicadores de risco, em 2019, verificou-se uma redução das percentagens de empresas com capital próprio negativo (-0,9 pp, para 25,5%) e com gastos de financiamento superiores ao EBITDA (-0,3 pp para 14,2%) (Gráfico 5). Contudo, observou-se um aumento das percentagens de empresas com EBITDA negativo (+0,2 pp, para 31,1%) e com resultado líquido negativo (+0,2 pp, para 37,0%).

Próxima atualização: 10 nov. 2021


Nota

1 Resultado antes de depreciações e amortizações, gastos de financiamento e impostos.