Nota de Informação Estatística - Estatísticas bancárias Internacionais em base consolidada – 1.º trimestre de 2020
O Banco de Portugal publica hoje, no quadro A.24 do Boletim Estatístico e no BPstat, as estatísticas bancárias internacionais em base consolidada relativas ao primeiro trimestre de 2020.
Estas estatísticas apresentam duas perspetivas da exposição internacional dos bancos com sede em Portugal consoante a ótica da contraparte: i) imediata — exposição aos países de residência dos agentes com quem o banco celebrou o contrato diretamente e que têm a responsabilidade imediata perante o banco; ii) última contraparte — exposição aos países de residência dos agentes que garantem o cumprimento do contrato em substituição da entidade com quem este foi celebrado, refletindo a existência de garantias prestadas por um terceiro interveniente.

No final do primeiro trimestre de 2020, a exposição imediata dos ativos financeiros dos bancos portugueses situava-se em 83 mil milhões de euros, subida pouco significativa relativamente ao verificado no final de 2019.
A exposição em última instância dos bancos portugueses era de 83,8 mil milhões de euros de ativos financeiros, menos 0,2 mil milhões de euros face ao registado no quarto trimestre de 2019. Cerca de 70% destes ativos localizavam-se na União Europeia, o que representa uma redução de 2,7 mil milhões de euros, (3 pontos percentuais (pp)), relativamente ao último trimestre. Deste total, -1,9 mil milhões de euros (2 pp) explicam-se, essencialmente, pela saída do Reino Unido deste agregado.
A diferença entre a exposição de última instância e a imediata (no valor de 0,8 mil milhões de euros) corresponde a uma transferência de risco líquida de Portugal para o exterior. Uma vez que a exposição em última instância dos ativos financeiros é superior à exposição imediata, existem ativos dos bancos sobre entidades residentes em Portugal que são garantidos por entidades não residentes (Gráfico 1).

A exposição em última instância a Estados-Membros da União Europeia e aos BRICS manteve-se superior à exposição imediata (Gráfico 2).
Pelo contrário, perante os PALOP, os bancos portugueses apresentavam maior exposição imediata do que em última instância: parte dos ativos que estes detinham sobre entidades residentes nos PALOP eram, em última instância, garantidos por entidades residentes noutros países (Gráfico 2).
Próxima atualização: 14 de out. 2020