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Nota de Informação Estatística - Contas nacionais financeiras - 4º trimestre de 2020

O Banco de Portugal publica hoje, no quadro A.6 do Boletim Estatístico e no BPstat, as contas nacionais financeiras relativas ao quarto trimestre de 2020 e à informação relativa às interligações entre setores. Os dados publicados incorporam revisões desde janeiro de 2017, de acordo com a política de revisões das estatísticas do Banco de Portugal.

Em 2020, a capacidade de financiamento da economia portuguesa foi de 0,1% do PIB (Gráfico 1). 

Este resultado reflete as capacidades de financiamento dos particulares e das sociedades financeiras (respetivamente de 5,9% e 2,2% do PIB), que, em conjunto, excederam ligeiramente as necessidades de financiamento das administrações públicas e das sociedades não financeiras (respetivamente de 5,7% e 2,3% do PIB). 

Em comparação com 2019, a capacidade de financiamento da economia portuguesa reduziu-se em 1,1 pontos percentuais (pp). Esta redução reflete, sobretudo, a descida do saldo das administrações públicas, em 5,8 pp, e o  aumento da capacidade de financiamento dos particulares em 4,4 pp. Observou-se ainda uma diminuição da capacidade de financiamento das sociedades financeiras em 0,2 pp e uma redução da necessidade de financiamento das sociedades não financeiras em 0,5 pp. 

Figura 1 ● Fluxo de fundos 

Valores para o ano acabado no trimestre em % do PIB

A informação relativa às interligações entre setores institucionais das contas nacionais financeiras permite aferir as relações de financiamento intersetoriais da economia e desta com o exterior e a construção do fluxo de fundos. Em 2020 destacam-se as seguintes relações financeiras entre os vários setores da economia e o exterior (Figura 1):

- Os particulares financiaram sobretudo as sociedades financeiras (em 5,0% do PIB), as quais, por sua vez, financiaram as administrações públicas e o resto do mundo (em 4,1% e 4,0% do PIB, respetivamente).

- O resto do mundo financiou principalmente as sociedades não financeiras (em 2,7% do PIB).

Em comparação com 2019, destacam-se as alterações mais significativas nos fluxos de financiamento intersectorial:

- O financiamento líquido das sociedades financeiras às administrações públicas aumentou 3,6 pp, o que contribuiu para fazer face à necessidade de financiamento das administrações públicas.

- As sociedades não financeiras apresentaram alterações no sentido dos fluxos de financiamento líquido: passaram a ser financiadas pelos particulares e a financiar as administrações públicas.

No que respeita às posições em fim de período, os particulares e as sociedades financeiras evidenciaram um aumento dos ativos financeiros líquidos (respetivamente, +14,6 pp e +2,8 pp do PIB face ao final de 2019), ao contrário das administrações públicas e das sociedades não financeiras que registaram uma diminuição dos ativos financeiros líquidos (respetivamente, -11,8 pp e -10,4 pp do que no final de 2019). Estas evoluções refletem as transações e outras variações de volume e preço no período em análise, assim como o efeito da redução do PIB no rácio.

A economia portuguesa apresentava, no final de 2020, uma posição financeira líquida face ao resto do mundo de -105,4% do PIB (Gráfico 2), que compara com -100,5% do PIB no final de 2019.

Próxima atualização: 8 jul. 2021


Notas

(1) Valores em percentagem do PIB do ano acabado no trimestre.

(2) Valores acumulados dos quatro últimos trimestres.

(3) Posições em fim de período.