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NGFS publica guia para bancos centrais sobre divulgação de informação relacionada com o clima

A Central Banks and Supervisors' Network for Greening the Financial System (NGFS) publicou hoje um guia para bancos centrais sobre divulgação de informação relacionada com o clima.

O guia foi elaborado por uma equipa coliderada pelo Banco de Portugal e adapta à realidade dos bancos centrais as recomendações da TCFD[1]. Nele são identificados diversos elementos que poderão ser objeto de divulgação, tendo em conta o contexto institucional de cada banco central. 

Com esta iniciativa, a NGFS pretende contribuir para que os bancos centrais liderem pelo exemplo, prestando informação sobre a integração das considerações climáticas nos seus modelos de governo, a estratégia seguida para identificar e mitigar os riscos relacionados com o clima nas suas atividades e a forma como os riscos climáticos foram incorporados no processo mais vasto de gestão do risco. 

Recorda-se, a este propósito, que, por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), o Banco de Portugal se comprometeu a: 

  • Apoiar os esforços globais para a definição de standards e requisitos harmonizados de reporte sobre as exposições relacionadas com o clima e a divulgar informação relacionada com o clima sobre a sua carteira de ativos a partir do 1.º trimestre de 2023, em linha com o anunciado pelo Eurosistema;
  • Publicar, em 2023, um roteiro para alinhar as suas atividades com a trajetória de aumento máximo de 1,5°C preconizada no Acordo de Paris e com os objetivos de neutralidade climática definidos pela União Europeia;
  • Integrar o reporte sobre sustentabilidade ESG no relatório anual do Conselho de Administração a divulgar em 2023. 

Sobre a NGFS

A NGFS é uma rede global de bancos centrais e autoridades de supervisão, criada em 2017 para promover a gestão dos riscos ambientais no setor financeiro, em especial os riscos associados às alterações climáticas, e para apoiar a transição para uma economia mais sustentável, através da expansão do "financiamento verde". A rede conta atualmente com 102 membros e 16 observadores, de países que representam os cinco continentes e cerca de 85% das emissões globais de gases com efeito de estufa e que são responsáveis pela supervisão da totalidade dos bancos e de cerca de dois terços das seguradoras com importância sistémica. 

O Banco de Portugal aderiu à NGFS em 2018, afirmando assim o seu compromisso em contribuir, no âmbito do seu mandato, para o esforço global de promoção dos objetivos ambientais e, em particular, de resposta às alterações climáticas. 


[1] Reccommendations of the Task-force on Climate-related Financial Disclosures, June 2017.