Estatísticas relativas a Portugal apuradas pelo Inquérito Trienal à Actividade nos Mercados de Câmbios e de Produtos Derivados – Turnover em Abril de 2010
Estatísticas relativas a Portugal apuradas pelo Inquérito Trienal à Actividade nos Mercados de Câmbios e de Produtos Derivados – Turnover em Abril de 2010 (1)
Em Abril de 2010, sob a coordenação do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS), realizou-se o Inquérito Trienal à Actividade nos Mercados de Câmbios e de Produtos Derivados, no qual participaram 53 bancos centrais e autoridades monetárias de diferentes países. O inquérito de 2010, tal como os cinco inquéritos anteriores, recolheu informação relativa às transacções efectuadas no mercado cambial (operações spot, outright forwards, foreign exchange swaps, currency swaps e opções) e no mercado de taxas de juro (forward rate agreements, swaps e opções), incidindo apenas sobre as operações realizadas em mercado de balcão.
O inquérito em Portugal abrangeu 75 instituições financeiras, que representam a quase totalidade do mercado financeiro Português.
Apresentam-se, seguidamente, os principais resultados, expressos em dólares dos Estados Unidos (USD) e em termos de volumes diários médios transaccionados, anexando-se um conjunto de quadros com os principais dados coligidos (2). Esta informação estatística será alvo de divulgação no capítulo “D.2 Actividade nos mercados de câmbios e de produtos derivados” do Boletim Estatístico.
Mercado Cambial
No mercado cambial, o volume diário médio transaccionado em Abril de 2010 foi de 3,7 mil milhões de dólares, valor da mesma ordem de grandeza que o registado em Abril de 2007 (ver gráfico 1 e quadro 1). Este valor correspondeu sobretudo a transacções no mercado cambial tradicional (3) (3,5 mil milhões de dólares). Os foreign exchange swaps foram o produto mais activamente transaccionado, tendo representado 54% do total das transacções (33% em 2007). O peso das operações spot foi apenas de 29% (41% em 2007), o que revela uma alteração da estrutura de instrumentos face a Abril de 2007, com uma redução do peso das operações spot e um aumento do peso das transacções em foreign exchange swaps. A restante actividade repartiu-se entre os outright forwards (14%) e as opções cambiais (3%).

No mercado cambial, dado que cada operação envolve duas divisas, a desagregação por moedas totaliza 200% do total das transacções. Neste contexto, o dólar dos Estados Unidos foi a moeda mais negociada, estando presente em 79% das transacções (ver gráfico 2 e quadro 2). Por seu turno, o euro deixou de ser a moeda predominante dado que a sua importância relativa decresceu de 2007 para 2010 (de 77% para 66%), passando a ser a segunda moeda mais transaccionada. É de destacar que o peso da rubrica das outras moedas (25%) em 2010 se deve sobretudo ao real brasileiro, que foi usado em cerca de 12% das transacções do mercado cambial, suplantando a libra esterlina (11%) e o iene (7%).

O par de moedas mais transaccionado foi o euro/dólar dos Estados Unidos, representando 46% da actividade diária no total do mercado cambial (ver quadro 3). Este par teve particular relevância nas operações spot e de foreign exchange swaps, tendo sido utilizado em 69% e 44% das transacções em cada um destes instrumentos, respectivamente.
Registe-se ainda que 89% das transacções no mercado cambial teve como contraparte sociedades financeiras (4) à semelhança do ocorrido em 2007 (ver quadro 4).
Derivados sobre taxas de juro
No segmento dos derivados sobre taxas de juro de uma só moeda, o volume diário médio de transacções foi de 0.7 mil milhões de dólares, o que reflecte um ligeiro decréscimo face a 2007 (0.8 mil milhões de dólares). Os swaps continuaram a ser o instrumento mais transaccionado, contribuindo para 88% do total das transacções (ver gráfico 3 e quadro 1). As operações com opções constituíram 11% das transacções neste segmento, valor mais baixo do que em Abril de 2007 (19%). Note-se que foi a evolução deste instrumento que determinou a trajectória do segmento de mercado relativo a derivados sobre taxas de juro. Os forward rate agreements mantiveram uma posição muito pouco expressiva, totalizando apenas 1% da actividade.

Com um peso de 89%, o volume de transacções envolvendo taxas de juro do euro situou-se bastante próximo do valor de 2007 (ver gráfico 4 e quadro 5). O volume de transacções envolvendo taxas de juro do dólar dos Estados Unidos diminuiu quando comparado com Abril de 2007, tendo o seu peso relativo passado de cerca de 9% para 6%. Por outro lado, a libra esterlina, que em 2007 não tinha presença neste segmento de mercado, contribuiu, em 2010, para 4% da actividade.

Em 2010, cerca de 94% das transacções de derivados sobre taxas de juro foram realizadas com sociedades financeiras (ver quadro 4), revelando um aumento da importância deste tipo de contraparte face a 2007 (87%). Em contrapartida, as operações com outras entidades contribuíram apenas para 6% da actividade, sendo que em 2007 o seu peso era de 13%.
(1) Dados preliminares. Os resultados globais deste inquérito podem ser consultados no sítio do Banco de Pagamentos Internacionais na internet (www.bis.org).
(2) Os valores foram corrigidos de forma a evitar a duplicação resultante do reporte das transacções efectuadas, no mercado interbancário doméstico, entre as instituições inquiridas).
(3) Inclui os seguintes instrumentos: operações spot, outright forwards e foreign exchange swaps.
(4) A rubrica sociedades financeiras resulta da agregação das contrapartes designadas como “Instituições financeiras identificadas pelo BIS” e “Outras instituições financeiras”.