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COVID-19: Pagamentos mostram sinais de progressivo regresso à normalidade

Em julho de 2020, com o progressivo regresso à normalidade, assistiu-se a um retomar da atividade económica e a uma maior utilização dos cartões de pagamento, embora inferior à verificada no mesmo período do ano passado. 

O valor das compras realizadas com cartão registou uma variação homóloga negativa de 8,7%. Esta variação esconde duas realidades muito distintas: enquanto as compras internacionais evidenciaram uma contração homóloga de 59,9%, as compras nacionais registaram um aumento de 0,7%. Os dados relativos a agosto, para o período entre 10 e 23, mostram que as compras nacionais com cartão apresentaram, pela primeira vez desde o início da pandemia, taxas de variação homólogas positivas em duas semanas consecutivas (8%, em média).

O valor dos levantamentos, em julho de 2020, continuou abaixo do observado no ano anterior, registando um decréscimo de 12,1%. De notar que, em abril de 2020, o valor dos levantamentos de numerário tinha registado o montante mais baixo dos últimos 20 anos, com uma redução, em termos homólogos, de 40,3%. 

O valor dos levantamentos regista evolução idêntica à observada nas compras realizadas com cartão, no que se refere à decomposição entre os efetuados por estrangeiros em Portugal, que registaram um decréscimo de 43,7%, e os efetuados por nacionais, que registaram um decréscimo de 9,3%. Estes números sugerem, assim, que a retoma da atividade económica tem sido, em grande parte, impulsionada pela procura nacional.

Desde o início da pandemia, julho foi o mês em que o valor dos pagamentos com cartão mais se aproximou de 2019. O montante dos pagamentos ficou 5,1% abaixo do mês homólogo. Recorde-se que, no passado mês de abril, no pico da pandemia em Portugal, a variação homóloga do valor das operações com cartão apresentava uma quebra drástica de 28,8%.

Por sua vez, a realização de transferências, de depósitos e de pagamentos de serviços com cartão alcançaram terreno positivo em julho de 2020. Em particular, o valor das transferências registou uma taxa de variação homóloga de 0,9%, em consequência de uma maior utilização de aplicações de pagamento no telemóvel para transferências de fundos entre consumidores (peer-to-peer).

O regresso à normalidade em julho não foi transversal a todos os sectores. O comércio a retalho, as compras de veículos automóveis e motociclos, as atividades relacionadas com saúde, as atividades postais e as atividades veterinárias (que, em conjunto, representam 68,5% das compras com cartão) apresentaram taxas de crescimento homólogas positivas (com crescimentos entre 4% e 21%). Pelo contrário, as atividades relacionadas com o turismo (alojamento e restauração) continuaram a ser das mais afetadas pela pandemia de COVID-19.

Informação estatística subjacente a este comunicado pode ser encontrada aqui