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Comunicado do Banco de Portugal sobre o Relatório dos Sistemas de Pagamentos de 2022
O Banco de Portugal publica hoje o Relatório dos Sistemas de Pagamentos, que descreve a evolução dos sistemas de pagamentos em Portugal e os principais desenvolvimentos perspetivados para os próximos anos.
Em 2022, os portugueses fizeram 3,7 mil milhões de pagamentos de retalho, no valor de 655,5 mil milhões de euros.
Em linha com o crescimento económico, os pagamentos no sistema de pagamentos de retalho português — o Sistema de Compensação interbancária (SICOI) — aumentaram 16,2% em valor e 20,8% em quantidade, em relação a 2021.
Os consumidores nacionais continuaram a preferir os instrumentos de pagamento eletrónico e recorreram mais às transferências imediatas do que em 2021.
Os instrumentos de pagamento eletrónicos foram usados em 99,7% dos pagamentos de retalho realizados sem recurso a numerário, mais 0,2 pontos percentuais do que em 2021. As transferências imediatas nacionais cresceram 34,3% em quantidade e 54,4% em montante, apesar de continuarem a ter um peso reduzido nos pagamentos de retalho.
Os cartões mantiveram-se como o meio de pagamento eletrónico mais utilizado no dia a dia, e o uso do contactless continuou a aumentar.
Os cartões estiveram na base de 88,0% do número de pagamentos processados no SICOI (86,5% em 2021). Em média, realizaram-se 9 milhões de pagamentos com cartão por dia. A tendência de forte subida na utilização da tecnologia contactless (dos cartões e de outros dispositivos móveis) manteve-se: o peso das compras contactless no número total de compras com cartão chegou a 48,8% (8,2% antes da pandemia). Já as compras online com cartões nacionais aumentaram 28,4% em número e 32,2% em valor. Os níveis de fraude na utilização de instrumentos de pagamento eletrónicos em Portugal permaneceram muito reduzidos.
As transferências imediatas pan-europeias cresceram 10 vezes em quantidade e 6 vezes em valor.
A comunidade nacional enviou e recebeu através do TARGET Instant Payment Settlement (TIPS), que funciona a nível pan-europeu, 7,5 milhões de transferências imediatas, no valor global 6,5 mil milhões de euros.
A componente portuguesa do sistema europeu que liquida ordens de pagamento de grande valor — o TARGET2-PT — processou 10,6 biliões de euros, um máximo histórico, equivalente a cerca de 51 vezes o PIB português.
No total, foram processados no TARGET2-PT 2 milhões de operações, mais 13,0% do que em 2021. O máximo histórico em valor liquidado é consequência da subida das taxas de juro oficiais do Banco Central Europeu, que originou um grande crescimento das operações associadas à facilidade permanente de depósito.
A comunidade nacional liquidou cerca de 185,8 mil transações de títulos, no valor de 155 mil milhões de euros.
As transações de títulos da comunidade portuguesa no TARGET2-Securities (plataforma técnica do Eurosistema que fornece serviços de liquidação de títulos em moeda de banco central) aumentaram 11,2% em valor relativamente a 2021, apesar de terem diminuído 10,3% em número.
Foram ultimados os preparativos para a consolidação do TARGET2 com o TARGET2-Securities e a evolução dos serviços TARGET.
O novo sistema TARGET foi lançado em março de 2023 e representa a maior transformação nos sistemas de pagamentos europeus desde 1999, quando foi lançado o euro.
Uma nova estratégia para os pagamentos de retalho será implementada até 2025.
Em 2022, foram concluídas as 42 ações previstas na Estratégia Nacional para os Pagamentos de Retalho | Horizonte 2022, e começou a ser preparada a próxima estratégia para esta área, que terá como vetores a proximidade e transparência, a segurança, a inovação e eficiência, e a resiliência e sustentabilidade.
O Banco de Portugal lançou o projeto PAY, que vai reformular o reporte de informação de pagamentos e entrará em produção faseadamente, entre maio de 2023 e julho de 2024.
O Banco de Portugal criou o Grupo de Contacto com o Mercado sobre o Euro Digital.
Os trabalhos de investigação do euro digital prosseguiram, e foram definidos os seus objetivos principais e opções de desenho, caso venha a ser emitido. Os objetivos principais do euro digital são preservar o papel da moeda pública como âncora monetária do sistema de pagamentos e contribuir para a autonomia estratégica e eficiência económica da área do euro.