Em Janeiro de 1838 o Banco de Lisboa e a Associação Mercantil de Lisboa propõem às Cortes algumas medidas para fazer face à grave crise que o país atravessava. Numa dessas medidas prevê-se a criação de uma Companhia, cujos fundos seriam fornecidos pelo Banco de Lisboa e pelos capitalistas e comerciantes que se quisessem associar, com o fim de emprestar ao Governo 2 400 contos de réis.
Em sessão de 19 de Fevereiro as Cortes aprovam a constituição da Companhia e por Portaria de 2 de Março são aprovadas as condições de organização da Companhia denominada Companhia Confiança.
A 26 de Março é celebrado o contrato de empréstimo com o Governo, pelo qual a Companhia se obriga a emprestar 2 400 contos de réis reembolsáveis por rendimentos públicos que davam entrada nas Contadorias e Recebedorias Distritais.
Por Portaria de 20 de Novembro são aprovadas as condições de uma "2ª associação" para fazer um novo empréstimo ao Governo, este de 830 contos de réis e cujo contrato foi celebrado a 23 do mesmo mês.
A Portaria de 19 de Dezembro de 1840 aprova as condições de organização de uma "3ª associação", desta vez para fazer um empréstimo de 630 contos cujo contrato é celebrado nesse mesmo dia 19.
Em 1841 forma-se ainda uma "4ª associação", cujas condições são aprovadas por Portaria de 24 de Maio, destinada a fornecer ao Governo 420 contos.
Cada uma destas “associações” tem na escrita da Companhia uma vida autónoma, permanecendo comuns o nome da Companhia, a direção e os acionistas.
A sua atividade cessa em 1845, reembolsada dos empréstimos que fizera e apresentando um lucro satisfatório.
Tendo funcionado nas instalações do Banco de Lisboa, o seu arquivo nele permaneceu, encontrando-se no Arquivo Histórico desde Setembro de 1979. A documentação, num total de 30 livros abrange todo o período de existência da Companhia, dando-nos conta de toda a sua atividade.