Agência do Banco de Portugal na Covilhã
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/BP/BP-COVILHÃ
Código de referência Nyron
BP-Covilhã
Título
Agência do Banco de Portugal na Covilhã
Datas de produção
1917-06-05
a
1977-07-01
Dimensão e suporte
157 ; Papel
Entidade detentora
Banco de Portugal
História administrativa/biográfica/familiar
Deliberou o Conselho Geral do Banco em 11 de Maio de 1917 que se instalasse na cidade da Covilhã, uma Correspondência Privativa para a qual se deslocaria pessoal já admitido. No dia 4 de Junho de 1917 começa a funcionar esta correspondência, chefiada por Albano Gomes de Moura, ex-agente de Castelo Branco que, coadjuvado por dois outros funcionários, teria como área de "desconto" o seu próprio distrito e o de Belmonte. Elevada à categoria de Agência em 1 de Abril de 1919 face aos excelentes resultados obtidos, passa a ter como agentes Joaquim Montellano Pacheco e Thomaz d'Aquino Pereira. Desvinculada da Agência de Castelo Branco a partir de 1924, passou a depender da Sede de onde recebia grande parte do numerário que utilizava e para onde remetia mapas e relatórios periódicos. A Agência da Covilhã estava inserida numa economia heterogénea, na qual se destacava a indústria têxtil logo seguida pelas indústrias mineira, extrativa e transformadora, em concomitância com uma agricultura pobre (olivicultura), uma pecuária reduzida e um comércio dependente. O serviço externo da Agência era executado por uma rede de correspondentes no país localizados em Belmonte (1927/76), Tortozendo (1927/76), Caria (1946/76) e Unhais da Serra (1966/76). Competia-lhes recolher informações sobre clientes, proceder a operações de desconto previamente autorizadas, cobrar letras e proceder a transferências de numerário recebido para os cofres da Agência. Também eles tinham que preencher e enviar mapas periódicos à Agência de que dependiam dando conta do movimento bancário. Excluídas as operações com o Tesouro, que lhe estavam vedadas, a Agência desempenhava, entre outras, as seguintes funções: desconto de letras, efetuava operações cambiais, empréstimos sob penhores, transferências de fundos, receber depósitos à ordem e, prestava informações. Era submetida regularmente a visitas de inspeção para conferência e verificação de saldos e valores existentes em Caixa. Devia elaborar e enviar à Sede o balanço anual com desenvolvimento dos saldos, acompanhado de relatório. Desde a abertura como Correspondência Privativa até ao seu encerramento como Agência concelhia, verifica-se que algumas das suas dificuldades foram: a contenção ao investimento através de baixas dotações de capital, rigidez nos parâmetros de seleção de papel de crédito e na exigência de elevadas percentagens nas amortizações do desconto; as deficientes condições concorrenciais para captação da melhor clientela face à oferta de taxas de juro mais elevadas, menores prémios de transferência e prazos de reembolso mais dilatados; o agravamento da situação a partir da década de 60 com a vulgarização da "conta corrente" e a diminuição dos depósitos a prazo; por último, a diminuição do movimento de efeitos tomados s/ o país e de letras descontadas, como consequência da perda dos mercados ultramarinos e da incapacidade de angariar novos clientes, em competitividade com congéneres estrangeiras. A partir de 1974, refletindo a perda dos mercados tradicionais, com maior relevância após a nacionalização da banca em Março de 1975, verifica-se uma quebra no volume das operações de desconto decorrente de uma retração a todo o tipo de operações novas. Por determinação superior o serviço da Agência passou a limitar-se à regularização das letras em carteira nos seus vencimentos com reembolsos menores que o normal e, a poucas operações novas, sujeitas à liquidação integral das anteriores, quando as houvesse. Efetuaram-se reformas por inteiro, cresceram as contas separadas e caiu o volume dos depósitos. O Banco Central, de harmonia com as novas funções consignadas na Lei Orgânica deixou de praticar o desconto direto ao público. A rede de correspondentes é extinta no 2º semestre de 1976. A aplicação das novas diretrizes ocasionou um subaproveitamento das Agências, com maior relevância nas concelhias. A Agência procedeu ao encerramento definitivo dos seus serviços ao público em 31 de Maio de 1977. EDIFÍCIO A Agência esteve de início, instalada num prédio arrendado, no Largo do Município. Em 1919, o Banco comprou um terreno e uma parcela do prédio, denominado “A Chapa”, na Rua Tenente Valadim. O projeto para a construção do novo edifício foi entregue ao arquiteto Ernesto Korrodi e, aprovado em 1922. Os serviços começaram a funcionar no novo espaço em Setembro de 1930.
Existência e localização de cópias
Nenhuma