Agência do Banco de Portugal em Bragança
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/BP/BP-BRAGANÇA
Código de referência Nyron
BP-Bragança
Título
Agência do Banco de Portugal em Bragança
Datas de produção
1887-12-27
a
1993-05-31
Dimensão e suporte
462 ; Papel
Entidade detentora
Banco de Portugal
História administrativa/biográfica/familiar
Tendo como base o contrato estabelecido entre o Banco de Portugal e o Governo datado de 10 de Dezembro de 1887 e, no qual o primeiro se comprometia a criar Agências em todas as capitais de distrito e nas Ilhas, em contrapartida de assumir as funções de banqueiro do Estado e de Caixa Geral do Tesouro, iniciou a sua atividade no dia 2 de Novembro de 1893, a Agência do Banco em Bragança. Foram empossados como agentes, Joaquim Guilherme Cardoso de Sá, anterior Tesoureiro pagador do distrito e Luís Saldanha Lopes dos Santos tendo-se deslocado, para a posse, o agente de Braga, João São Romão, devidamente autorizado pelo Conselho de Administração. Inserida num distrito predominantemente agrícola, de pequena propriedade, com grande volume de emigração, as suas culturas assentam na vinha, amêndoa, oliveira, castanha e centeio. O comércio, quer o armazenista quer o retalhista, era considerado desafogado em contraste com uma indústria praticamente inexistente. Apesar das potencialidades do subsolo, nunca ele foi devidamente explorado. Igualmente o turismo, com enormes potencialidades, nunca se desenvolveu dada a deficiente rede viária e ferroviária. Num distrito marcado por fracas acessibilidades era, de vital importância, a rede de correspondentes no País. Eram os correspondentes, nomeados pelo Conselho de Administração sob proposta da Agência e, a sua principal tarefa consistia no auxílio e apoio à mesma, da qual dependiam diretamente no desconto e nas informações prestadas. Esta rede começou por englobar as localidades de Miranda do Douro, Mogadouro, Moncorvo, Vila Flor, Vinhais e Mirandela - esta última passando posteriormente a Agência – e chegando a abranger 16 localidades. As principais tarefas da Agência consistiam em operações com o Tesouro, transferências de fundos, desconto de letras, operações cambiais, empréstimo sobre penhores e depósitos à ordem de particulares. Os principais problemas que afetaram a vida da Agência podiam resumir-se a grande concorrência da banca comercial na captação do desconto e retraimento, após 1974, no recurso ao crédito. Com a nacionalização da Banca, as agências diminuíram quantitativamente, todas as operações. O papel do Banco de Portugal como banco central, assumiu-se marcadamente em detrimento do de banco comercial. Findaram as operações de desconto, a rede de correspondentes bem como a maioria das agências concelhias. Mantiveram-se, no entanto, as operações de Tesouraria - escolha e contagem de notas e entrega de fundos da banca comercial -, bem como as operações com o Tesouro. Para suprir algum esvaziamento de funções, foram criados em 1978 os Serviços de Compensação de Cheques, Efeitos e outros Valores e a Central de Apontes e Protestos. Ainda durante o ano de 1978 a Agência era autorizada a receber e apreciar pedidos de licenciamento de operações com o estrangeiro. Em 1980, esta passou a funcionar em regime de acesso condicionado, por razões de segurança, regime este extensível a todas as outras agências do Continente. Por deliberação do Conselho de Administração, a agência procedeu ao encerramento de toda a sua atividade no dia 31 de Maio de 1993. EDIFÍCIO As instalações da Agência funcionaram primitivamente em salas do Governo Civil – instalado em parte do antigo convento de S. Bento – e devidamente adaptadas. Em 1902, o Banco comprou um terreno com uma capela no Largo de São João, na cidade, para construção de um edifício de um piso cujo projeto foi entregue ao arquiteto Adães Bermudes. Em 1907, funcionavam os serviços, já nas novas instalações, mas cedo começaram a ser necessárias obras. Os serviços foram então transferidos para um imóvel, comprado pelo Banco, em Março de 1921, na Rua 1º de Dezembro, procedendo-se, em 1923, à venda do antigo edifício a um dos agentes, dado a escassez de casas de habitação na cidade. Em 1939, o Banco comprava à Santa Casa de Misericórdia, um edifício na zona histórica da cidade, na Rua Abílio Beça, conhecido como o solar dos Vargas. Este antigo paço setecentista aquando da sua doação à Santa Casa pelos últimos descendentes da família Vargas, sofreu algumas alterações estruturais na frontaria, com o fim de adaptar o rés-do-chão a fins comerciais mas sacrificando a harmonia do edifício, substituindo as emblemáticas janelas por portas sem estilo, entre outros exemplos. A intervenção do arquiteto Manuel da Rocha Casquilho, por conta do Banco de Portugal, foi a de, tendo em conta a antiga traça do solar, repor as antigas janelas à face do chão e a prumada das varandas do 1º andar, valorizando a fachada principal. Houve ainda obras de vulto nos interiores. Os serviços começaram a funcionar a partir de 1947 e aí se conservaram até ao fecho da Agência.
Existência e localização de cópias
Nenhuma