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Agência do Banco de Portugal em Beja

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Agência do Banco de Portugal em Beja

Detalhes do registo

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/BP/BP-BEJA

Código de referência Nyron

BP-Beja

Título

Agência do Banco de Portugal em Beja

Datas de produção

1891-04-04  a  1981-12-11 

Dimensão e suporte

644 ; Papel

Entidade detentora

Banco de Portugal

História administrativa/biográfica/familiar

Tendo como base o contrato estabelecido entre o Banco de Portugal e o Governo datado de 10 de Dezembro de 1887 e, no qual o primeiro se comprometia a criar agências em todas as capitais de distrito e nas Ilhas, a partir de 1 de Janeiro de 1888, em contrapartida de assumir as funções de banqueiro do Estado e de Caixa Geral do Tesouro, a Agência de Beja iniciou a sua atividade no dia 1 de Abril de 1891. Os primeiros agentes, empossados por Virgínio José Rolland, previamente autorizado pelo Governo, foram o antigo tesoureiro pagador do distrito, Rosendo de Abreu Lobo Bacellar e Meyrelles, e o antigo correspondente na cidade, Manuel Joaquim de Sousa Tavares. O pessoal da agência era composto por um 1º empregado, 2 escriturários e um servente, para além dos agentes. A agência estava situada no maior distrito do País de cariz essencialmente agrícola, prendendo-se o desconto evidentemente com as necessidades da lavoura. O comércio era reduzido e ligado principalmente a maquinaria agrícola enquanto a indústria extrativa – minas – incidia, sobremaneira, no aproveitamento do trabalho braçal da região. A rede de correspondentes no país que por autorização do Conselho Geral de 29 de Maio de 1894, iniciava a sua atividade limitada a quatro localidades, Almodôvar, Cuba, Moura e Serpa, aumentou para 12 em 1920, culminando em 1949 com 32 correspondentes. Eram estes correspondentes nomeados pelo Conselho de Administração, mas sob proposta da agência e a sua principal tarefa consistia no auxílio e no apoio à mesma, da qual dependiam diretamente, no desconto e nas informações prestadas. Numa época em que as ligações na região eram deficientes, estes foram muito importantes para a Agência e para as populações onde estavam instalados. As principais tarefas da agência eram as operações com o Tesouro, transferências de fundos, desconto de letras, operações cambiais, empréstimo sobre penhores e depósito à ordem de particulares. A atividade do desconto era a mais importante da agência por necessário à lavoura, tornando-se mais significativo nas ocasiões de sementeiras, mondas e ceifas, altura em se tornava necessário haver capital disponível. Os principais problemas com que a agência se deparou ao longo dos 102 anos da sua existência foram vários. De início, desconfiança e difícil aceitação em relação à circulação fiduciária, traduzido em movimentos muito reduzidos nas contas; concessão exígua nos limites de crédito; concorrência de outras instituições bancárias aí sediadas que ofereciam melhores condições e exiguidade nos prazos concedidos quanto a pagamentos e reformas de letras. Após 1974, em virtude de grande número de expropriações na zona, numerosos clientes depararam-se com grandes dificuldades no pagamento atempado em relação aos compromissos assumidos. Com a nacionalização da banca, as agências diminuíram quantitativamente todos os tipos de operações. O papel do Banco de Portugal como banco central, assumiu-se marcadamente em detrimento do de banco comercial. Findaram as operações de desconto, mantendo-se apenas em atividade empréstimos anteriormente concedidos e ainda não saldados; a rede de correspondentes findou em 1976 e a maioria das agências concelhias encerraram as suas portas em 1977. Assim, a agência de Beja absorveu os fundos e o pessoal da agência em Moura, que encerrou as suas portas em 13 de Maio de 1977. Mantiveram-se no entanto, as operações de Tesouraria - escolha e contagem de notas e entrega de fundos da banca comercial - bem como as operações com o Tesouro. Para fazer face a um esvaziamento de funções das agências, e dando continuidade a uma política de descentralização, foram criadas, em 1978, os serviços de invisíveis correntes e a central de apontes e protestos. Em 1980, os pagamentos ao funcionalismo público através de depósito em conta e a nova modalidade estabelecida de abastecimento às Tesourarias da Fazenda Pública através de depósitos na banca central, provocaram um acréscimo no volume das transações com o Tesouro. Também, nesse ano, a agência passou a funcionar em "regime de acesso condicionado", por razões de segurança, regime este extensivo a todas as outras do Continente. Em 1982, ficou a agência dotada de capacidade para deferir pedidos de autorização relativamente à aplicação de capital estrangeiro na zona, por não-residentes, nomeadamente na compra de imóveis. Dadas as características socio-económicas da região, estas operações nunca foram significativas. Foi preocupação da agência modernizar procedimentos pela introdução da informática nos serviços e na formação do seu quadro de pessoal. Tendo como base a deliberação do Conselho de Administração, a agência de Beja encerrou toda a atividade em 31 de Dezembro de 1992. EDIFÍCIO A agência foi instalada num edifício pertença do Banco, situado no Largo 9 de Julho. Mais tarde, por falta de condições para o regular funcionamento dos serviços, o Banco resolveu proceder à venda do imóvel ao Estado, comprando um terreno às portas de Mértola destinado à construção de um edifício de raiz. O projeto foi assinado pelo arquiteto Manuel da Rocha Casquilho iniciando-se as obras em 1942, tendo sido inaugurado em 16 de Julho de 1948. O edifício, situado na confluência de duas vias, apresenta uma estrutura regular em pedra destacando-se a sua entrada principal, marcada por pilastras estilizadas, encimada por uma pequena varanda e rematada por frontão recortado. Ao nível do primeiro andar, as janelas apresentam varandas recuadas. O edifício está dividido por pilastras em pedra em toda a fachada principal e fachada lateral esquerda, apresentando três pisos que são bem destacados na sua zona de frente e esquina pelas pilastras e pelo facto de cada piso ter um tipo de janela. De salientar, no telhado, uma cúpula octogonal no eixo central do edifício.

Existência e localização de cópias

Nenhuma

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