Banco de Barcelos
Nível de descrição
Subfundo
Código de referência
PT/BP/IGCS-BBARC
Código de referência Nyron
IGCS/BBARC
Título
Banco de Barcelos
Datas de produção
1924-01-19
a
1939-12-26
Dimensão e suporte
1 Caixa ; Papel
História administrativa/biográfica/familiar
Aproveitando o clima favorável que o País atravessou nos inícios da década de 70 do século XIX, em 16 de abril de 1875, foi fundado o Banco de Barcelos. Com sede em Barcelos, foi constituído juridicamente como sociedade anónima de responsabilidade limitada, com o capital social de 600 contos de réis. Os primeiros estatutos foram publicados em Diário do Governo de 17 de maio desse ano e a primeira reforma ao pacto social data de 12 de agosto de 1884. Na sua estrutura acionista constavam pequenos investidores que detinham um pequeno número de ações e António Ferreira da Silva Brito, Visconde de Ermida, proprietário, capitalista, grande negociante da cidade do Porto, que detinha 20% do capital do banco (450 ações). Dos primeiros anos de vida pouco sabemos. Em 1885, o banco atravessava algumas dificuldades tendo procedido à liquidação das agências que tinha instalado em Vila Real e Pinhel e limitado exclusivamente as operações à sua sede, em Barcelos. Os problemas resultavam das dificuldades cambiais com as operações do Brasil e de um empréstimo concedido à Câmara Municipal de Barcelos, a juro pouco favorável. Em 1885, o Banco de Barcelos era uma pequena instituição, fragilmente constituída, cujo capital social realizado estava longe do autorizado: 120 contos de réis. A crise vinícola e o surto migratório do fim do século XIX, não afetaram as contas do banco que se mantinha fiel ao seu caráter regionalista, funcionando como verdadeira caixa económica: recolhia economias (depósitos) junto da população e remunerava-as, através de um juro. Em 1896, a estrutura acionista altera-se; a morte do Visconde de Ermida dá lugar a que a sua participação social na instituição se disperse pelos herdeiros. Por outro lado, muitas das ações do banco também não tiveram colocação no mercado, tendo o banco ficado detentor de cerca de 600 ações. Nos primeiros anos do século XX mantiveram o clima favorável que vinha de trás. Para tal, contribuiu o câmbio favorável das operações com o Brasil, mas também a abundância de capitais que afluíam ao banco. As crises políticas, económicas e sociais que assolaram a primeira república pouca expressão tiveram nas contas do Banco de Barcelos que gozava já de boa reputação. Em 1917, os depósitos a prazo são suprimidos na instituição, à semelhança do que outras congéneres. No período pós I Grande Guerra, a situação agravou-se, e a crise cambial de início da década de 20 ocasionou a queda dos lucros. Face a este clima, os serviços de contabilidade e expediente sofrem uma profunda remodelação.O Decreto de 26 de julho de 1924 aprova os novos estatutos e aumenta o capital social do banco para 5.000 contos. Embora fosse este o capital autorizado, foi solicitado às instâncias superiores para que o aumento fosse só realizado para 2.000 contos. O apoio prestado à agricultura, comércio e indústria da região era agora maior que nunca. O seu caráter regional não impediu que fizesse estender a sua ação a outras praças financeiras. Em 1928, embora sem filiais ou dependências para além da sede, o banco estabeleceu com o Banco do Minho, o Banco Borges e Irmão ou o Banco Pinto & Sotto Mayor uma importante rede de correspondências que se estendiam às praças de Braga, Lisboa, Porto, Guimarães, Coimbra e Viana do Castelo. Em 1929 o alargamento das operações e a concessão criteriosa de créditos às atividades agrícola, comercial e industrial foram importantes para alicerçar os lucros. Com a crise económica e financeira provocada pela Grande Depressão, a queda de algumas instituições bancárias origina a desconfiança generalizada nas instituições financeiras. O seu vizinho e correspondente, o Banco do Minho, tinha já desaparecido e a prudência nas operações ditavam a contração das operações. Afastados os momentos mais críticos, o banco retoma lentamente a atividade normal. Em 1936, absorve a casa bancária Sousa Júnior, Sucessores e é autorizado a abrir uma agência em Guimarães. Com a ascensão e desenvolvimento de outros bancos, entidades mais sólidas, com maior expansão territorial e oferecendo melhores juros, o Banco de Barcelos, vai progressivamente perdendo importância. Face à situação, e desejando o Banco Ferreira Alves abrir uma agência em Barcelos e outra em Guimarães, o Banco de Barcelos acaba incorporado nos ativos do Banco Ferreira Alves, por Despacho ministerial de 23 de dezembro de 1939.
Sistema de organização
Cronológico
Existência e localização de cópias
Nenhuma
Unidades de descrição relacionadas
Para mais informações consultar também IGCS/SJ - Sousa Júnior, Sucessores e IGCS/BMIN - Banco do Minho. Para informações posteriores a 1939 consultar IGCS/BFAPL - Banco Ferreira Alves & Pinto Leite.