Banco Aliança
Nível de descrição
Subfundo
Código de referência
PT/BP/IGCS-BALI
Código de referência Nyron
IGCS/BALI
Título
Banco Aliança
Datas de produção
1938-01-20
a
1961-02-09
Dimensão e suporte
1 Caixa ; Papel
História administrativa/biográfica/familiar
A fundação do Banco Aliança está intimamente relacionada com o clima expansionista que a atividade financeira conheceu na década de 60 do século XIX e que se encontra associada à Lei de 13 de julho de 1863, sobre as sociedades anónimas. É sob um clima favorável que é fundado, em 1863, na cidade do Porto, o Banco Aliança.Para a designação de “Banco Aliança” contribuíram a fusão de três projetos que não chegaram a concretizar-se: o Banco Industrial, o Banco Comércio e Indústria e o Banco Agrícola. Daí a sua designação de “Aliança”. Um dos grandes impulsionadores para a sua criação foi Francisco José da Silva Torres.Autorizada a constituição do banco por Carta de Lei de 13 de julho de 1863, os primeiros estatutos foram aprovados por Decreto de 16 de novembro desse mesmo ano. Após um período de instalação e organização, a instituição só começa a funcionar em 1864, na Rua de Belo Monte, da cidade invicta, no palacete que, em 1913, viria a ser ocupado pela Companhia dos Caminhos de Ferro através de África. Criado juridicamente como sociedade anónima de responsabilidade limitada, o Banco Aliança iniciou a sua atividade com o capital de 4000 contos de réis, que se encontravam divididos em 40.000 ações de 100$000 reis, cada. Embora sediado no Porto, a expansão a outras zonas do País e estrangeiro estava previsto estatutariamente. A mesma lei que aprova a constituição do banco também o autoriza a emitir notas, especificando que elas seriam de 5$000, 10$000, 20$000, 50$000 e 100$000 réis, estabelecendo para a emissão os mesmos limites que existiam para outros bancos emissores do Porto (3 mil contos de réis, no caso do Banco Aliança, uma vez que o capital social era de 4 mil contos de réis). Foi um banco emissor até 1891, quando o Decreto de 9 de julho estabelece a cessão da faculdade de emissão de notas para os bancos do Norte.A subscrição pública do capital, embora maioritariamente composta por pessoas do Porto e do norte do País, também foi feita por acionistas de outras regiões, nomeadamente Lisboa e Aveiro e, do estrangeiro, nomeadamente do Brasil.Por Alvará Régio de 10 de setembro de 1864 o pacto social sofreu a primeira alteração, tendo os estatutos sido atualizados e publicados conjuntamente com o Regulamento Económico, que em muitos aspetos era composto por aquilo que podemos designar de código de ética. O negócio do banco, para além do ramo financeiro, foi estendido à participação na indústria nacional, tendo apoiado financeiramente algumas indústrias de papel, tecidos e vinhos.Sobrevivendo à crise financeira de 1876, o que não se pode dizer de outras entidades congéneres surgidas na mesma altura do Banco Aliança, e após um período de penetração no mercado e expansão do negócio ao Brasil, o banco foi progredindo lentamente nos seus negócios, com lucros razoáveis até aos períodos difíceis vividos no final do século XIX e princípio do século XX. Neste período, a desconfiança da população frente aos bancos era grande, devido à queda de alguns, e à prerrogativa da emissão de notas, em exclusivo, para o Banco de Portugal (1891). A situação ia sendo amenizada pelos negócios que o banco detinha no Brasil, onde abrira representações, no Rio de Janeiro (em 1906, é autorizado a abrir uma filial pelo prazo de 20 anos) e Santos, e com o estabelecimento de um contrato com o governo provincial de Minas Gerais. Em Lisboa, o negócio estava representado pela casa Burnay & Companhia. Em 1890 o banco abre uma caixa filial, nesta cidade.A situação política e económica instável vivida em Portugal na Primeira República não invalida que o banco fosse estabelecendo correspondências um pouco por todo o País e em 1909, dispunha já de 255 correspondentes no continente, Madeira e Açores. Em 1918, o capital social do banco é reduzido para os 2.400 contos, divididos em 40.000 ações, de 60$00, cada uma. Em 1926, a filial existente no Rio de Janeiro, findava o prazo de autorização para o seu funcionamento e a não renovação do mesmo, obriga a que entre em liquidação. Contudo, o negócio financeiro que aí estava instalado foi cedido ao recém-criado Banco Aliança do Rio de Janeiro, e onde o banco portuense deteve importante participação, até 1938.Passadas as dificuldades criadas com a Primeira Grande Guerra, e após um período de desenvolvimento, as dificuldades do setor económico e financeiro regressam nos inícios da década de 30 do século XX com os efeitos da grande depressão e a consequente queda de algumas instituições bancárias nacionais, muitas no Porto. Contudo, o efeito negativo não se fez sentir nas contas do Banco Aliança, permanecendo sólido. Segundo os estatutos reformados de 03 de setembro de 1930, publicados na III série do Diário do Governo de 30 do mesmo mês, o banco tinha mudado as suas instalações, para a Rua Mouzinho da Silveira, mantendo-se o capital social, sem alterações. Em agosto de 1934, a sede social tinha sido deslocada para um lugar mais central e moderno da cidade: a Avenida dos Aliados, passando as antigas instalações a funcionar como filial. Em 1935 para fazer face a novos desafios e necessidades, o pacto social é alterado, dotando a instituição dos instrumentos necessário para o seu desenvolvimento e em 1939, fruto do desenvolvimento sofrido, o capital social é elevado para 4.800 contos. Em 1946, o pacto social é novamente alterado e o capital aumentado para 20.000 contos, mantendo-se inalterado até à extinção da instituição. Em 1961, a fusão com o Banco José Henriques Totta, de Lisboa, vem corresponder aos desejos dos acionistas que procuravam transformar o Banco Aliança, até então um banco regionalista, virado para o comércio e indústria portuenses, embora com uma poderosa rede de correspondentes espalhados pelo País e estrangeiro, num banco de projeção nacional, fortalecido de capitais e prestígio. Desta fusão nasceu o Banco Totta-Aliança, que anos mais tarde vem dar origem ao Banco Totta & Açores, uma das maiores instituições bancárias nacionais.
Sistema de organização
Cronológico
Existência e localização de cópias
Nenhuma
Unidades de descrição relacionadas
Para informações posteriores, consultar IGCS/BTALI - Banco Totta-Aliança.