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Viscondessa do Tramagal & Companhia

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Viscondessa do Tramagal & Companhia

Detalhes do registo

Nível de descrição

Subfundo   Subfundo

Código de referência

PT/BP/IGCS-VT

Código de referência Nyron

IGCS/VT

Título

Viscondessa do Tramagal & Companhia

Datas de produção

1925-03-18  a  1953-07-18 

Dimensão e suporte

1 Caixa ; Papel

História administrativa/biográfica/familiar

A criação da casa bancária Viscondessa do Tramagal & Companhia está intimamente ligada à atividade de correspondente bancária desenvolvida em nome individual por Maria Clementina Soares Temudo, Viscondessa do Tramagal. Em 1925, a correspondência representava na praça de Abrantes várias instituições bancárias de renome nacional. Para o exercício da atividade, dispunha de um capital de 100.000$00, sem qualquer filial, agência ou sucursal. Em 18 de abril de 1925 Maria Clementina Temudo requere junto da Inspeção do Comércio Bancário o registo para o exercício da atividade bancária, procurando dar um novo impulso ao negócio. Para tal foi necessário o aumento de capital assim como a regularização da firma, criando solidez no capital, por um lado, mas também credibilidade e confiança junto de uma população maioritariamente agrícola.Em 05 de janeiro de 1926, foi criada por escritura particular a casa bancária denominada Viscondessa do Tramagal & Companhia. A sociedade foi constituída entre Maria Clementina Soares Temudo, Narciso de Oliveira e Silva e Eduardo Caldeira Soares Mendes. Era uma sociedade comercial em nome coletivo, e responsabilidade ilimitada; a sede social estava estabelecida na Rua Santos e Silva, em Abrantes, possuindo agora o capital social de 150.000$00. Com a morte da Viscondessa do Tramagal, o pacto social viria a sofrer alterações. Pela escritura celebrada em 29 de julho de 1929, o capital foi aumentado para 300.000$00, tendo como sócios Narciso de Oliveira e Silva, Eduardo Caldeira Soares Mendes, Amélia Soares Valejo de Oliveira e Silva (filha e única herdeira da Viscondessa do Tramagal), Manuel Augusto Soares Valejo e João José Soares Mendes. Em 22 de janeiro de 1931 faleceu o sócio João José Soares Mendes, tendo o capital social sido reintegrado em partes iguais pelos restantes sócios e, por escritura de 22 de maio de 1931, entrou Fernando José Paim Barreto Soares Mendes para a firma.O clima favorável de expansão e desenvolvimento inverteu-se com a crise económica e financeira que abalou o País nos finais dos anos 20, princípios dos anos 30 do séc XX. A consequente falta de liquidez, a estagnação dos negócios, os boatos e a desacreditação nas instituições financeiras originaram um clima de pânico e a corrida dos depositantes, à casa bancária. Face à situação, em 09 de novembro de 1931, a firma suspendeu pagamentos e, por Portaria de 21 de novembro de 1931 (Diário do Governo de 23 desse mês), foi nomeado Comissário do Governo, Francisco José de Medeiros Tavares.Com vista à realização de um acordo de credores, em 30 de janeiro de 1932, o pacto social seria alterado e, em 18 de março do mesmo ano, a firma requereu a homologação de uma concordata estabelecida com os principais. Nesse acordo estabelecia-se o pagamento de 99,9% dos créditos em dívida em cinco prestações (20% no fim de 12 meses, 10% a 18 meses, 20% a 24 meses, 25% a 30 meses e 24,9% a 36 meses); os sócios não levantariam os seus suprimentos senão depois de cumprido o acordo, todos os bens pessoais dos sócios eram dados como garantia do cumprimento da concordata e que seria dada representação aos credores, no Conselho Fiscal (5 pessoas). A concordata foi aprovada por Despacho de 11 de abril de 1932 e, por Decreto de 20 de junho de 1932 (Diário do Governo de 21 de junho), foi autorizada a sua homologação. O seu registo foi efetuado no Tribunal de Abrantes em 29 de junho de 1932. Reconstituída a firma, as duas primeiras prestações foram cumpridas. Contudo, a firma não possui o numerário suficiente para o pagamento da terceira prestação. A crise que o País atravessava dificultava a reconstituição da instituição e a realização do numerário necessário para a casa bancária fazer frente às suas responsabilidades. Em 21 de agosto de 1933, a firma enviou uma circular aos credores propondo uma redução de 20% no total a pagar, antecipando a liquidação para março e junho de 1934.Em 16 de junho de 1934 a casa bancária pretendeu que os credores lhe fizessem um desconto de 30%, oferecendo pagar o saldo de 40% no prazo de 20 dias após a data de homologação da autorização superior.Um novo acordo estava agora a ser estudado. Segundo ele, a casa bancária comprometia-se a pagar 40% aos credores aceitantes e 69,9% aos credores não aceitantes. Sobre ele, a Inspeção emitiu um parecer desfavorável.A fim de evitar uma imediata liquidação da casa bancária Viscondessa do Tramagal & Companhia, com os nefastos prejuízos para todos, os sócios informam terem obtido da quase totalidade dos credores a anuência de um desconto de 20% sobre o acordo inicial, recebendo de imediato 50% dos seus créditos que, com os 30% já pagos, perfazia 80%. Na verdade, somente 20 credores não aceitaram o acordo e para o pagamento a estes e aos que dispunham de um saldo inferior a 100$00, o credor Joaquim Guilherme Elbling Quintão renunciava ao seu crédito: importância suficiente para saldar as dívidas. Em 26 de dezembro de 1936 foi aprovado o segundo acordo de credores e em 31 de dezembro, nas notas do Notário Serra da Mota, foi dissolvida a sociedade, tendo sido marcado o prazo de três anos para a completa liquidação da casa bancária. Para o financiamento da operação foi chamado o Banco Nacional Ultramarino, a quem foram hipotecas as propriedades dos sócios, e para a Comissão Liquidatária foram nomeados Emílio Salgueiro, Fernando de Lemos e Eduardo Ruivo da Silva.Em 06 de abril de 1935 deu entrada o relatório final do Comissário do Governo e, por Portaria de 13 do mesmo mês, uma vez cumprido o acordo estabelecido com os credores, o Comissário do Governo foi exonerado de funções e foi dada por concluída a liquidação.

Sistema de organização

Cronológico

Existência e localização de cópias

Nenhuma