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Henrique Figueira da Silva

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Henrique Figueira da Silva

Detalhes do registo

Nível de descrição

Subfundo   Subfundo

Código de referência

PT/BP/IGCS-HFS

Código de referência Nyron

IGCS/HFS

Título

Henrique Figueira da Silva

Datas de produção

1930-08-26  a  1960-01-20 

Dimensão e suporte

2 Caixas ; Papel

História administrativa/biográfica/familiar

Desconhecemos com exatidão a data da fundação da casa bancária Henrique Figueira da Silva. Segundo alguns autores, a fundação remonta a 1898; segundo outros, esta casa bancária começou a funcionar em 1902, a ser coletada como cambista em 1909 e, apenas como banqueiro, de 1910 em diante. Em 10 de maio de 1920 matriculou-se na Secretaria do Tribunal do Comércio da Comarca do Funchal, dizendo exercer o comércio bancário e outros ramos de negócio. Tinha a sede estabelecida à Rua das Murças, na cidade do Funchal.Dos primeiros anos de existência conhecemos o crescimento e a prosperidade do negócio, que evolui da atividade cambial para, em plena década de 20, se tornar um dos principais estabelecimentos bancários da ilha. Gozando de boa credibilidade e solidez financeira, a casa bancária Henrique Figueira da Silva era a principal guardiã dos depósitos da população, sendo igualmente procurada pelas caixas económicas anexas às associações mutuárias da região. Fruto da prosperidade da instituição, em meados da década de 20, a sede foi transferida para a Av. Dr. Manuel de Arriaga, um lugar mais central para os negócios. Os investimentos da casa bancária não se circunscreveram ao território insular: em 1924, a firma era a acionista maioritária do Banco de Fomento Nacional, que à época, foi absorvido na fundação do Banco Português do Continente e Ilhas. Esta última instituição bancária tinha na casa Henrique Figueira da Silva a sua representação insular para o arquipélago da Madeira.Em 1930, Henrique Figueira da Silva detinha já mais de 10.000 depositantes, sendo a principal instituição de crédito do Funchal, com um lucro superior à soma dos restantes estabelecimentos bancários da ilha. A sua influência estendia-se ao comércio e indústrias locais (Fábrica de S. Filipe, Fábrica C. V. da Madeira, moagens, fábricas de destilação de álcool, refinação de açúcar, etc.) onde detinha participações e interesses.Em março de 1929 surgem os primeiros rumores de falta de liquidez, a par de boatos sobre a sua gestão. Os efeitos da grave crise económica e financeira começaram a fazer-se sentir na ilha, muito em especial nos setores industrial e comercial, que dependiam em grande medida do agrícola. Cresciam as dificuldades nas amortizações de dívidas frente aos empréstimos contraídos; o agravamento das condições de vida originou a saída sistemática dos depósitos e a consequente diminuição dos afluxos de dinheiro à instituição. Em 17 de novembro de 1930, Henrique Figueira da Silva pede um empréstimo ao Banco de Portugal, reforçado nas casas Sardinha & Companhia e Blandy Brothers & Companhia. Três dias depois, a instituição suspendeu pagamentos. A praça do Funchal entrou em pânico encetando-se uma corrida da população aos bancos, culminando no encerramento de outras instituições do Funchal.Por Portaria de 22 de novembro de 1930 é nomeado Comissário do Governo Eduardo Simões Dias Paquete, que, em 03 de janeiro de 1931, foi substituído nas suas funções por Óscar Baltazar Gonçalves. O período conturbado da Revolta da Farinha e da Revolta da Madeira, em 1931 apanha a casa bancária em plena suspensão de pagamentos, dificultando a sua possível reconstituição. Em abril de 1931, a Junta Revoltosa demite o comissário nomeado pelo Governo e nomeia para o seu lugar o Diretor Regional de Finanças do Distrito do Funchal. Findo o período político conturbado, em 02 de maio de 1931 a crise económica e financeira da ilha mantinha-se. Em 16 de setembro de 1931 foi publicado no Diário do Governo nº 214, I série, o Decreto nº 20316, que fixou a liquidação em dois anos e determinou que ela se fizesse por uma comissão liquidatária especial, composta por quatro membros: Juvenal de Araújo, como presidente, Óscar Baltasar Gonçalves, comissário do governo, António Augusto da Silva Pereira, representante dos credores, e Manuel Pedro Nolasco Pontes Leça, representante da casa bancária.No processo liquidatário, a Comissão Liquidatária dá entrada no Tribunal Judicial do Funchal com um processo de falência da firma, inexistente à data da suspensão dos pagamentos.A complexidade do negócio da instituição e a dificuldade na gestão da liquidação criaram alguma instabilidade no seio da Comissão Liquidatária, que frequentemente assistiu à demissão e nomeação de novos membros.Em setembro de 1933, o Decreto-Lei nº 23026, de 12 desse mês, reorganizou o panorama bancário da ilha, com a reestruturação do Banco da Madeira que assimilou três instituições: Banco da Madeira, a casa bancária Sardinha & Companhia e Rodrigues, Irmão & Companhia. A 03 de dezembro de 1934 foi extinta a Comissão Liquidatária, passando as suas funções para o presidente da comissão coadjuvado pelo comissário do governo.Em 1935, o relatório da Comissão Liquidatária deu conta da realização de quatro rateios junto dos credores, os três primeiros de 30% e o quarto de 7% dos créditos. Em 31 de março de 1946 findava a liquidação, com a aprovação das contas e exoneração dos liquidatários.

Sistema de organização

Cronológico

Existência e localização de cópias

Nenhuma

Unidades de descrição relacionadas

Para mais informações, ver também BP/CG/084 - Inspeção às casas bancárias no Funchal e BP/CG/082 - Assuntos diversos da Contabilidade - Processo 18.